Fernando Areias

FERNANDO MANUEL FERREIRA MONTEIRO AREIAS

Assina: Fernando Areias 4 Recife, PE, 17/04/1954.

PINTOR E ENTALHADOR

Fernando desde cedo freqüentou a Escola Americana do Recife, onde, estimulado pelo professor Marcílio Reinaux, inicia o seu trabalho artístico na arte do entalhe. Helena Pessoa de Queiroz, sempre se referiu ao trabalho de Fernando, em sua página do Diário de Pernambuco, como arte filigrana ou rendilhada, comparando seus trabalhos em madeira a bico-de-pena.

Sua atuação na arte sempre foi isolada, procurando o saber artístico individualmente. Foi com 19 anos que viajou na Europa apresentando suas talhas e conhecendo outras formas de arte que tanto vieram influenciar o seu trabalho futuro. Seus trabalhos centralizados nos temas de igrejas barrocas e balcões como o tão conhecido de Olinda, encontram-se hoje, na sua maioria, fora do país, foram vendidos para a Holanda, Inglaterra, Japão, Espanha, Portugal entre outros. Em Washington DC e South Virgínia fez conferências sobre arte barroca (motivação de suas talhas) e, expôs no escritório da Varig e na sede da OEA.

Em 1974, participa da primeira exposição coletiva na Galeria da Casa Holanda com Maria Pessoa, no Recife.

Fernando afastou-se do mundo profissional das artes depois de ter finalizado um dos seus trabalhos mais importantes em talha, a “Via Sacra”, executada em três anos. Esta lacuna temporária no campo das artes deveu-se aos cursos que freqüentou e/ou completou como o de Medicina, Letras e Administração, além das graduações em Inglês, como o Cambridge, o Proficency e o Toffel. Esta bagagem cultural associada ao passar dos anos permitiu o seu regresso em 1999, na pintura, com grande “força e maturidade”. Fernando é membro da Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas na cidade do Porto, Portugal.

Sobre as obras de Areias, Ignes Fiúza registrou: “A força do trabalho de Areias com figuras despojadas, mostra maturidade com os pincéis. É uma obra ousada que segue o caminho dos grandes mestres, nem sempre com o intuito de agradar, e sim fazer. Respeito e liberdade são as palavras que me soam mais afinadas ao apreciar as suas telas”.

Vital Corrêa de Araújo, (presidente da UBE-PE) escreveu: “A luminosidade, em forma de clamor, é inerente ao ato criador, ao gesto de executar a obra, como se fluísse música da mão do pintor, como se dos rostos, das roupas, do corpo nu, dos objetos emergisse luz duradoura e intensa, luz alegre e própria; como se Fernando usasse tintas estrelares, brilhos e purpurinas de galáxias, em suas telas, inoculadas com profusão no corpo branco da tela”.

José Cláudio explica bem a presença de Fernando na arte: “Fernando Areias já é um pintor de grande força e expressão, equivale a dizer também de total domínio dos meios técnicos para chegar a isso. Esse ‘já’ faz-se necessário porque nos vários ‘quase’ que encarou na vida, indo até quase ao fim nas profissões de médico, de economista entre outras tentativas menos acadêmicas, a arte, primeiro a talha depois a pintura, tem sido uma constante de sua vida. Vida vivida e retornada. Que sempre recomeça. Dá para perceber: a pintura chegou para ficar. A temporada de experiências está encerrada, aprendido tudo que era de aprender. Agora é pintura ou morte. […]”

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