Gil Vicente (PE)

GIL VICENTE VASCONCELOS DE OLIVEIRA
Assina: GIL VICENTE Recife, PE, 20/04/1958.
PINTOR, DESENHISTA E GRAVADOR.

Aos 12 anos de idade Gil Vicente manifestou um vivo interesse pelo desenho e pela pintura, dedicando-se então às artes plásticas, num trabalho incessante de pesquisa, que vem até hoje.
Tomou a arte como profissão, levando a sério e com objetividade tudo o que cria e produz, estando incluso entre os melhores artistas da região Norte-Nordeste. Pela qualidade do seu trabalho, a demanda às suas obras é superior a sua produção, uma vez que Gil não se apressa, esmerando em manter o padrão que já atravessa um longo período.

De 1972 a 1977 estudou as diversas técnicas de desenho, pintura e gravura com a professora Tereza Carmen Diniz e gravura em metal com José de Barros na Escolinha de Arte do Recife.

De 1974 a 1977 estudou desenho e pintura de observação com Inaldo Medeiros e Lenira Regueira, recebendo orientação de Isidro Queralt Prat, na Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1975, recebeu do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco o 1ºPrêmio, pelo trabalho apresentado no III Salão dos Novos.

Em 1976, conclui e segundo grau escolar e, desde então, dedica-se exclusivamente às artes plásticas. Neste mesmo ano foi agraciado com o 3ºPrêmio de Pintura no XXIX Salão Oficial de Arte, do Museu do Estado de Pernambuco.

Em 1977, o Museu do Estado de Pernambuco, outorgou-lhe o 1ºPrêmio de Pintura no XXX Salão Oficial de Arte.

Em 1978, recebeu do Museu do Estado de Pernambuco, o Prêmio de Desenho, no XXXI Salão Oficial de Arte e participou da fundação da Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda/PE.

Em 1981, viaja à Paris, como bolsista do Governo Francês, fazendo estágio com o professor Yankel, na Escola de Belas Artes. No mesmo ano retorna ao Brasil, sendo distinguido com o Prêmio MEC/FUNARTE, pelo Museu do Estado de Pernambuco, no XXXIV Salão de Artes Plásticas, em Recife/ PE.

Em 1984, dedicou-se a pintura de paisagens ao ar livre até 1986, junto com outros artistas pernambucanos.

Em 1986, foi distinguido com o Prêmio Aquisitivo de Desenho, pela Fundação Romulo Maiorana, no Salão Arte Pará, em Belém/PA.

Em 1988, participou da fundação do jornal Edição de Arte, tablóide mensal sobre artes plásticas, publicado e distribuído profissionalmente durante nove meses, em Recife/PE.

Em 1989, a convite do Governo Americano, viajou aos Estados Unidos para conhecer Artistas, Museus, Galerias e Escolas de Arte. Passou a manter o Atelier Coletivo de Olinda, junto com José de Barros, Giuseppe Baccaro, Luciano Pinheiro, José Cláudio, Guita Charifker, Eduardo Araújo e Gilvan Samico, onde fez xilogravuras com orientação deste último, permanecendo até 1993.

Em 1992, constrói seu atelier/residência.

Luiz Antônio Marcuschi, em 1980, escreveu: “(…) GIL VICENTE dispensa apresentações e provas de competência. Artista contido, sóbrio e marcante, Gil se perfila e amadurece no prazer de prezar o cotidiano com certa melancolia espontânea, sem fantasmagorias. A “curtição” da pintura predomina sobre o intelecto; não se trata de um arlequim nem de um ideólogo de plantão. Tecnicamente maduro, surpreendente, seu texto é enxuto, despojado. Poucas cores nas telas a óleo, mais nos desenhos; um legítimo antípoda do presepeiro” (…).

Jacob Klintowitz, em 1990, fez a seguinte crítica: (…) ”Acho que devo chamar a atenção para uma característica rara desta pintura: ela se remete, permanentemente no arquétipo da pintura. É uma pintura de matéria, densa, objetiva, direta, forte. A sua matéria não pretende, de forma alguma, ser alguma coisa aposta sobre a pintura, não nos remete para a teoria, não fala da terra, do objeto, da terceira dimensão possível da bidimensionalidade. É uma pintura densa, como o sangue e a carne o podem ser. Não a densidade do social e da conceituação, mas a da vida orgânica. Também ela é uma pintura direta, particular, uma pintura que não se esconde, que enfrenta imediatamente o seu assunto e que vai, de maneira reta e evidente, ao tema de que trata. Uma pintura densa e direta impregnada de matéria. E é uma pintura objetiva.
Ela se transforma imediatamente em sua própria existência, em realidade de si mesma, em um só objeto de consideração. Ela tem a sua personalidade, a sua existência real. É desta condição que provém a sua força e ela reside nesta atitude direta, na capacidade de tornar-se objeto de si mesma.
Na verdade, esta objetividade não nos remete para alguma coisa fora dela mesma, ela se coloca como suficiente para nos alimentar o espírito e faz com que observemos e retornemos a ela em todos os momentos.
Ela ocupa totalmente o horizonte. E a relação com esta pintura deve ser, em primeiro lugar, na minha opinião, deste tipo: uma resposta clara, direta, objetiva.
À estas imagens, nós respondemos com uma atitude deste tipo. Contemplação, emoções e o toque sensorial” (…).

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1978: GALERIA ABELARDO RODRIGUES, “PINTURAS, DESENHOS E GRAVURAS”, RECIFE (PE) 1980: MAC-MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO, “PINTURAS E DESENHOS”, OLINDA (PE) 1982: FUTURO 25-GALERIA DE ARTES PLÁSTICAS, “PINTURAS”, RECIFE (PE) 1983: ELF GALERIA DE ARTE, “GUACHES E LITOGRAFIAS”, BELÉM (PA) 1984: FUTURO 25- GALERIA DE ARTE, “PINTURAS”, RECIFE (PE) 1986: FUTURO 25- GALERIA DE ARTE, “PAISAGENS/PINTURAS”, RECIFE (PE) 1987: MEPE, “PINTURA – GIL VICENTE E JOSÉ CLÁUDIO”, (promoção da Futuro 25 e do Museu), RECIFE (PE); DUAILIBE GALERIA DE ARTE, “PINTURAS”, FORTALEZA (CE) 1988: OFFICINA GALERIA DE ARTES, “GUACHES RECENTES”, RECIFE (PE) 1990: GALERIA VICENTE DO REGO MONTEIRO, “PINTURAS”, (promoção da Futuro 25 e Fundação Joaquim Nabuco), RECIFE (PE) 1993: PEDRA CERÂMICA SANTO ANTÔNIO, “PAINÉIS COM PINTURAS EM CERÂMICA”, RECIFE (PE); GALERIA FUTURO 25, “NATUREZAS-MORTAS / PINTURAS”, RECIFE (PE) 1996: GALERIA FUTURO 25, “FIGURAS / PINTURAS”, RECIFE (PE) 1997: PAULO DARZÉ GALERIA DE ARTE, “PINTURAS COM MODELOS”, SALVADOR (BA) 1999: MAM/RJ, “GIL VICENTE”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAMAM, “GIL VICENTE”, RECIFE (PE).

EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1974: MEPE, “MOSTRA SELETIVA/ BIENAL NACIONAL DE SÃO PAULO”, RECIFE (PE) 1975: MAC/PE, “III SALÃO DOS NOVOS”, 1º PRÊMIO, OLINDA (PE); GALERIA 3 GALERAS, “FESTA DE SÃO JOSÉ”, OLINDA (PE); PARQUE MUNICIPAL DE JUNDIAÍ, “IV ENCONTRO JUNDIAIENSE DE ARTE”, JUNDIAÍ (SP); MAC/PE, “III EXPOSIÇÃO NATALINA”, OLINDA (PE) 1976: MAC/PE, “MOMENTO UM” e “COLETIVA NATUREZA”, OLINDA (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “COLETIVA DE INAUGURAÇÃO”, RECIFE (PE); CENTRO CULTURAL DANTE ALIGHIERI, “I EXPO ITALO-BRASILEIRA”, RECIFE (PE) 1977: GALERIA ABELARDO RODRIGUES, “O DESENHO E A GRAVURA”, RECIFE (PE); HOTEL MIRAMAR, (promoção da Rodrigues Galeria de Artes), “I ARTE BRASILEIRA NO NORDESTE” (LEILÃO), RECIFE (PE); MEPE, (promoção do Consulado Alemão), “NOVOS ARTISTAS PERNAMBUCANOS”, RECIFE (PE); INSTITUTO GOETHE, (promoção do Consulado Alemão), “NOVOS ARTISTAS PERNAMBUCANOS”, SALVADOR (BA); GALERIA ABELARDO RODRIGUES, “GIL VICENTE, ROBERTO BOTELHO E FLÁVIO GADÊLHA”, RECIFE (PE); GALERIA CORREDOR, “GIL VICENTE, APRÍGIO E FREDERICO”, OLINDA (PE); CAC DA UFPE, “I MOSTRA DE ARTE”, RECIFE (PE); CABANGA IATE CLUBE, (promoção da Rodrigues Galeria de Artes), “II ARTE BRASILEIRA NO NORDESTE” (LEILÃO), RECIFE (PE) 1978: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ARTE NORTE-NORDESTE, RECIFE (PE); GALERIA ABELARDO RODRIGUES, “GUAIANASES 1, LITOGRAFIAS”, RECIFE (PE); MEPE, “RETROSPECTIVA – 25 ANOS DA ESCOLINHA DE ARTE DO RECIFE”, RECIFE (PE); FUNDAÇÃO CULTURAL – CENTRO DE CRIATIVIDADE, “I MOSTRA ANUAL DE GRAVURA”, CURITIBA (PR) 1979: GALERIA ARTESPAÇO, “SETE ARTISTAS EM FOCO”, RECIFE (PE); PALÁCIO DAS ARTES, “PANORAMA DA GRAVURA BRASILEIRA”, BELO HORIZONTE (MG); FUNDAÇÃO CULTURAL, “GUAIANASES II”, CURITIBA (PR); GALERIA GRAVURA BRASILEIRA, “GUIANASES III”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1980: TEATRO GUAÍRA, “XXXVII SALÃO PARANAENSE”, CURITIBA (PR); FUNDAÇÃO CULTURAL, “II MOSTRA DO DESENHO BRASILEIRO”, CURITIBA (PR); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “NUS E NATUREZA”, RECIFE (PE); CAC DA UFPE, “I MOSTRA GESTUAL C.A.C.”, RECIFE (PE); CENTRO CULTURAL CÂNDIDO MENDES, “GRAVURAS – GIL VICENTE, LUCIANO PINHEIRO E MARIA TOMASELLI, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/RJ, “III SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS / FUNARTE”, RIO DE JANEIRO (RJ); PALÁCIO DA CULTURA, “SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1981: GALERIA LULA CARDOSO AYRES- PCR, “PANORÂMICA DA ARTE ATUAL EM PERNAMBUCO, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “MESTRES E CONTEMPORÂNEOS”, RECIFE (PE); MEPE, “XXXIV SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE PERNAMBUCO”, PRÊMIO MEC, RECIFE (PE) 1982: MAM/RJ, “V SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1983: OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA, “MOSTRA INTINERANTE”, OLINDA (PE), RECIFE (PE), CURITIBA (PR), FORTALEZA (CE) E RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/RJ, “VI SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/SP, “PANORAMA DA ARTE ATUAL BRASILEIRA”, SÃO PAULO (SP) 1985: CENTRO CULTURAL CANDIDO MENDES, “PINTURA AO AR LIVRE”, RIO DE JANEIRO (RJ); MEPE, “COLETIVA DE GRAVURAS”, RECIFE (PE); MUSEU DE ARTE BRASILEIRA/ FAAP, “ARTISTAS DE PERNAMBUCO – ACERVO MAC/PE”, SÃO PAULO (SP) 1986: GALERIA DE ARTE IBEU (Copacabana), “CINCO PERNAMBUCANOS, RIO DE JANEIRO (RJ); GALERIA FUTURO 25, “A CIDADE DO RECIFE, HOJE”, RECIFE (PE); MAC/PE / CCPE, “XXIX CONGRESSO COTAL (MOSTRA OBRAS DO ACERVO)”, OLINDA (PE) 1987: GALERIA MASSANGANA / FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, “IMAGINÁRIO E SEXUALIDADE”, RECIFE (PE) 1988: GALERIA ESTÚDIO A, “SAMICO, JOSÉ BARBOSA E GIL VICENTE – 3 GERAÇÕES”, RECIFE (PE); MAC/PE, “GERAÇÃO 70 – ARTES E ARTISTAS”, OLINDA (PE); GALERIA MASSANGANA/ FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, “OBRAS CURIOSAS e LANÇAMENTO DO JORNAL EDIÇÃO DE ARTE”, RECIFE (PE) 1989: ESPAÇO BNDES, “PERNAMBUCO FORMA E COR”, RIO DE JANEIRO (RJ); CENTRO CULTURAL ADALGISA FALCÃO, “NATUREZA DA PINTURA”, RECIFE (PE) 1990: ATELIER COLETIVO II, “PERMANÊNCIA DA PINTURA”, OLINDA (PE); ART CENTER, “ATELIER COLETIVO II / PINTURAS”, DRONNINGLUND (DINAMARCA); OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA / MERCADO DA RIBEIRA, “GRANDE LEILÃO DE ARTE”, OLINDA (PE) 1991: GALERIA VICENTE DO REGO MONTEIRO / FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, “MAURO MOTA 80 ANOS”, RECIFE (PE) 1992: GALERIA VICENTE DO REGO MONTEIRO / FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, “ATELIER COLETIVO – GRAVURAS”, RECIFE (PE); CENTRO CULTURAL CANDIDO MENDES, “ATELIER COLETIVO – PINTURAS”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAC/PE, “FERNANDO DE NORONHA 3 VISÕES”, OLINDA (PE); GALERIA FUTURO 25, “INTERPRETAÇÕES”, RECIFE (PE) 1993: KM WOLFF, “ATELIER COLETIVO – PINTURAS”, HAMBURGO (ALEMANHA) 1994: MEPE, “BATALHA DOS GUARARAPES – UM OLHAR CONTEMPORÂNEO”, RECIFE (PE) 1995: MEPE, “MORTE À VIDA SEVERINA”, RECIFE (PE); ESPAÇO CULTURAL BANDEPE, “O PAPEL DA ARTE / 3”, RECIFE (PE) 1996: GALERIA FUTURO 25, “ARTE E RELIGIÃO”, RECIFE (PE) 1997: GALERIA NARA ROESLER, “GIL VICENTE E ANA MICHAELIS- O ROSTO DO OUTRO”, SÃO PAULO (SP) 1998: MAM/RJ, “XVI SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ).

ACERVOS: MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO, RECIFE 4 MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO, RECIFE 4 FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, RECIFE 4 CENTRO CULTURAL CÂNDIDO MENDES, RIO DE JANEIRO.
VÍDEOS: 1996: Gil Vicente – Ofício e Silencio. Direção de Grima Grimaldi e Paulo Macedônia. Produtora Sincronia. Com depoimentos de críticos e artistas. Recife. Lançado na exposição individual “Figuras”. Galeria Futuro 25. Recife, em outubro/96. Disponível em Betacam e VHS. 1997: Projeto IBM – Encontro Marcado com a Arte – Gil Vicente. Entrevista dirigida por Jorge Brennand Jr. Exibido no canal por assinatura Bravo Brasil, da TV A, nos dias 13 e 16 de agosto/97. Disponível em Betacam e VHS.

BIBLIOGRAFIA
Chaves, Paulo Azevedo. A série “Made in Brazil” de Gil Vicente, 12/02/1980, Diário de Pernambuco, Recife/PE.
Convite/Catálogo, 01/12/1978, Exposição Abelardo Rodrigues Galeria de Arte, Recife/PE.
Convite/Catálogo, 07 a 27/03/1980, Exposição Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda/PE.
Convite/Catálogo, 05 a 21/09/1990, Galeria Vicente do Rego Monteiro, Recife/PE.
Góes, Kethuly. A reinvenção da pintura, 01/06/1993, Diário de Pernambuco, Recife/PE.
Matos, Adriana Dória. Gil Vicente, uma inegável vocação para a beleza, 05/06/1993, Jornal do Commercio, Recife/PE.
Rodrigues Galeria de Artes. Setor de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.