Iza do Amparo (Maria Luíza Mendes Lins).
A arte Naif também tem seus apreciadores, leve juvenil e espontânea.
Estamos com 2 telas dessa artista interessados entrem em contato.
dimensões : 0,85X0,62 e 1,02×0,62.
Iza é conhecida pelas composições geográficas em tecidos, carimbos e adesivos, mas pouca gente sabe que ela começou os testes embrionários de disposição de cores em fichas de romaneio.
Uma bela sincronia de situações resultou nessa experimentação. A história começou quando, ainda jovem, Maria Izabel Mendes Lins saiu do Interior para estudar na capital baiana, no final dos anos 1960. Ela começou a trabalhar como professora de alfabetização em uma favela. “A escola não tinha estrutura, aí eu saía nas livrarias pedindo sucata para levar para a sala de aula, para os meninos reaproveitarem, e veio um montante dessas fichas, que sobraram, pois não foram usadas na época”, disse.
Logo depois, passou no curso de arquitetura. O momento político do País era tenso. A classe artística ficou visada pela Ditadura Militar. Maria Izabel, então, mudou-se para uma comunidade, onde viviam o artista plástico Francisco Liberato e a poetisa Alba Liberato.
O casal arranjou um trabalho para fazer as bonecas, espécie de projeto da diagramação, dos anuários de estatística do IBGE. Como todos viviam juntos e precisavam do dinheiro, todos botaram a mão na massa. “Foi ai que veio a necessidade de exercitar os traços para preencher gráficos e tabelas, então, resgatei aquelas fichas de romaneio que pareciam as [tabelas e gráficos] que eu tinha que preencher. Eu comecei a brincar de treinar traço e deixei a minha fantasia me levar, para tornar esse trabalho burocrático menos tedioso”, explicou.
Essas fichas resultaram em desenhos geométricos pintados com lápis hidrocor e tintas, que já foram expostos no antigo Ateliê Coletivo, na Rua de São Bento, no Sítio Histórico de Olinda, localizado em uma casa cedida pelo artista plástico e colecionador Giuseppe Baccaro, na década de 1970. “Esse material todo ficou guardado até que umas amigas tiveram a ideia de fazer essa exposição. Acho essas fichas tão bonitas, tenho prazer em vê-las”, comentou.