Augusto Rodrigues (PE)

Augusto Rodrigues (PE)

Augusto Borges Rodrigues

Recife, PE, 1913 – Resende, Rio de Janeiro, 1993 +

Educador, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo, poeta e jornalista.

Recifense de Pernambuco, nascido na freguesia do Poço da Panela, Augusto Rodrigues desde a sua adolescência que não se conformava com o sistema repressivo do ensino nas escolas, tornando-se um constante contestador do professor que não permitia que o aluno questionasse ou pudesse desenvolver uma atividade artística. Sentia-se frustrado, afirmando: “Desenhar, por exemplo, era uma coisa que me encantava muito. Mas eu não podia desenhar na escola, sendo expulso mais de uma vez”.    Exatamente por isso, cria em 1948, com um grupo de artistas e professores, a primeira Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, motivando assim a existência de Escolinhas congêneres em vários estados do Brasil e em países estrangeiros.

Trabalha no ateliê de Percy Lau (1903-1972) e, em 1933, realiza sua primeira exposição individual, no Recife. Nesse ano, inicia sua atividade como ilustrador e caricaturista no Diário de Pernambuco. Ao lado de Guignard (1896-1962), Candido Portinari (1903-1962), e outros, expõe, em 1934, na Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro.  Em 1935, transfere-se para essa cidade e logo se torna colaborador de jornais e de revistas como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro. Participa da fundação e do planejamento dos jornais Folha Carioca, Diretrizes e Última Hora. Em 1942, realiza exposição individual, com cerca de 100 desenhos, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Com a colaboração de Lúcia Alencastro (1921-1996), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Vera Tormenta (1930), Fernando Pamplona e Humberto Branco, funda a Escolinha de Arte do Brasil, em 1948. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e, com Geza Heller (1902-1992) e Marcelo Grassmann (1925), expõe na Petite Galerie e, no 2º Salão Nacional de Arte Moderna, em que obtém o prêmio de viagem ao exterior, na categoria desenho. Em 1971, integra a mostra Panorama do Desenho Brasileiro, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e edita seu primeiro livro de poesia, 27 Poemas. O segundo, A Fé entre os Desencantos, é publicado em 1980. Em 1989, lança Largo do Boticário – Em Preto e Branco, com 80 fotografias tiradas no decorrer dos anos.

A criação da Escolinha de Arte do Brasil – primeira do gênero no país – é um exemplo do empenho de Rodrigues em renovar os métodos da educação artística para crianças e adultos. Com base nas idéias do historiador e crítico de arte Herbert Read (1893 – 1968), procura incluir, no processo de ensino, pesquisas poéticas que estimulem a criança a desenvolver sua própria singularidade. Essa iniciativa torna-se importante referência para o desenvolvimento da arte-educação no Brasil.

Rodrigues traz para seus trabalhos a liberdade dos traços que buscam integrar pintura e desenho, evitando o virtuosismo da linha ou das questões cromáticas. Entre seus temas, a mulher é personagem constante. É significativa também a presença de elementos ligados à cultura popular pernambucana, como o frevo e a dança de roda. Suas pinceladas são determinadas pelo próprio movimento, e não apenas pela forma e pela composição, de modo a criar as diversas direções e intensidades rítmicas.

Segundo Herman Lima, “Augusto Rodrigues considerava a caricatura uma sátira. Nos bons idos de 40 se dedicou com freqüência ao desenho humorístico, a charge puramente anedótica, ou de simples ‘nonsense’, maravilhando seus leitores através de duas décadas (30/40). Sua vocação, na verdade, por temperamento e por princípio, é mesmo a do caricaturista de combate, considerando a caricatura não como instrumento de ‘divertissement’ das elites, porém como arma de luta do povo”.

Realizou no Largo do Boticário, RJ, o lançamento de diversos livros e discos de escritores, cantores e compositores brasileiros, tais como: Origens Lessa, Arthur da Távola, Clara Nunes e Nara Leão .

Filho de uma família composta por jornalistas, escritores e artistas. Rodrigues deu os primeiros passos no jornalismo com o tabloide “Alma Infantil”, ao lado do primo Nelson Rodrigues – que se tornaria um dos maiores dramaturgos brasileiros.

Aos 16 anos, participou da criação do I Salão de Arte Moderna de Pernambuco. Seu primeiro trabalho profissional com caricatura foi no jornal  “Diário de Pernambuco”.

Em 1935, aos 21 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e tornou-se colaborador de jornais e revistas como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro. Participou da fundação e do planejamento dos jornais “Folha Carioca”, “Diretrizes” e Última Hora”. 

Como artista plástico tem dezenas de exposições no Brasil e exterior com vários prêmios recebidos, como escritor e poeta sua participacao e importante.

ACERVO: Existem obras do artista nas seguintes Instituições entre outras:

BANCO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (BANERJ), CHASE MANHATTAN BANK, MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES, MUSEU DE ARTE MODERNA DE RESENDE, ATLANTIC, I.B.M., BANCO DE BOSTON e BANCO DO BRASIL.

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