CÉLIA DA COSTA BIVAR
Assina: CÉLIA BIVAR Recife, PE, 03/02/1938.
PINTORA, DESENHISTA E GRAVADORA.
Pintora ativa em Recife. Célia participou de vários grupos de artes plásticas tendo como professores Tiago Amorim, José Cláudio, Maria Carmen, Abelardo da Hora, Inaldo Medeiros (Modelo Vivo) e Laerte Baldini (Gravura Metal), esses últimos do Departamento de Artes Plásticas da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1960, fez Curso de Desenho com Abelardo da Hora na Associação Cristã Feminina.
Integrou o Atelier 154 em Olinda, com Silvia Pontual, Emanoel Bernardo e José Tavares. Fez curso com a pintora japonesa Saito, na Rodrigues Galeria de Artes. Com José Cláudio (um dos maiores pintores pernambucanos), desenhou cenas do cotidiano: Mulatas, velhos, pobres no meio da rua e lugarejos como Tracunhaém, além de pássaros, galos e peixes. Em 1968, incentivada pelos marchands Augusto Rodrigues e Bernardo Dimenstein, realiza a sua primeira mostra individual.
Em 1988, faz o curso de Retrato com Anatomia, na Universidade Federal de Pernambuco – ao nível de extensão universitária, ministrado pelo professor Shangui Shuni’chi Yamada. Em 1994, recebe subsídios de Flávio Gadêlha, na Escolinha de Arte do Recife, sobre o processo de criatividade e faz curso com Fernando Lúcio, na Rodrigues Galeria de Artes. Em 1995, faz um curso com George Barbosa (técnica do pastel a óleo) e Alberto Kaplan (técnica da aquarela), na Escolinha de Arte do Recife. Com José de Moura aprimora-se em pastel seco, no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco.
Em 1999, fez o curso de História da Arte Moderna e Contemporânea, com os professores Jorge Coli, Luiz Camilo Osório, Agnaldo Farias, Fernando Cocciarale, Lígia Canongia e Lorenzo Mammi, promovido pelo Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco e Fundação de Cultura Cidade do Recife. Neste mesmo ano fez o curso Arte Moderna e Contemporânea no Brasil, com os professores Sônia Salztein, Fernando Cocciarale, Paulo Sérgio Duarte, Glória Ferreira, Frederico Morais e Tadeu Chiarelli. Fez ainda no Museu Murillo La Greca, com o professor Shangui Shuni’chi Yamada, o curso de Figura Humana com Anatomia.
Para Célia, o desenho é o seu “gestalt” e se pudesse pintaria desenhando, o desenho para ela é a sua vida e a sua mais profunda emoção.
José Cláudio, em agosto de 1995, escreveu: Sobre Célia Bivar, não sei se, estas poucas linhas, escrevo por dever social ou artístico, embora meu lado social deixe a desejar, nunca tendo ido em sua casa e pouco tendo visto, a ela ou aos seus trabalhos, nestes bem trinta anos.
Parece ter-se dedicado unicamente à família nesse longo ínterim ou assim pensei até ultimamente ao me mostrar alguns desenhos ou pinturas a pastel sobre papel se não me engano, que não prestei muita atenção, dando-me vontade de perguntar, desde que ela queria saber minha opinião, se não se acanhava de me vir mostrar esses mesmos trabalhos amadorísticos de trinta anos atrás, de quem relegou arte à segundo plano durante toda uma vida e agora percebeu que o tempo urge.
Como toda pessoa capaz, desde que a conheci, há uns trinta anos, ela já sabia tudo, dona de um desenho incomum, reagindo magnificamente diante de modelo vivo e, como todo virtuose, digamos assim, padeceu dessa moléstia que ataca essas criaturas que nasceram com o dom e as mais das vezes o desperdiçam persuadidas de que a qualquer momento poderão continuar como se nada tivesse acontecido.
Admirável que tenha tido ânimo de fazê-lo, talvez até conservando certa ingenuidade, um certo ar de aluna que, se por um lado já não se ajusta ao seu longo convívio com arte, livra-a, por outro, de presunção e de se ter mumificado.
Também não se entregou a nenhuma das sucessivas modas durante todos esses anos, o que demonstra caráter, demonstra que ela se respeita como artista. O recesso do lar, acredito, tenha-a preservado de banalidades, quando é comum o contrário, o despedaçamento das ilusões artísticas, eqüivalendo, no caso de Célia, aos “muitos anos de ostracismo” necessários, segundo Francisco Brennand, à comprovação da autenticidade de uma vocação, que espero dessa vez se consolide.
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1973: GALERIA OFICINA, RECIFE, (PE) 1996: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “BRASIL-JAPÃO” – CÉLIA E SAITO, RECIFE (PE).
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1973: MEPE, “LOUVAÇÃO”, RECIFE (PE) 1974: GALERIA OFICINA, “COLETIVA 74”, RECIFE, (PE); GALERIA 3 GALERAS, “COLETIVA 7X4”, OLINDA (PE) 1975: GALERIA DE TIAGO AMORIM, “COLETIVA”, TRACUNHAÉM (PE) 1976: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “COLETIVA DE INAUGURAÇÃO”, RECIFE (PE) 1993: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “INTEGRAÇÃO” e “RECIFE – DÉCADA DE 30”, RECIFE (PE) 1994: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, (COLETIVA) “RECIFE – PINTURA POESIA”, RECIFE (PE) 1995: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “RECIFE NA ERA DO CINEMA PERNAMBUCANO”, RECIFE (PE); BAOBÁ GALERIA DE ARTE, “GRUPO EXPRESSÃO”, RECIFE (PE); ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES DE NEGÓCIOS, “ARTE MULHER”, RECIFE (PE); GALERIA CONTORNO, “DAS DIVERSIDADES”, RECIFE (PE) 1996: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ARTE E LITERATURA”, RECIFE (PE) 1997: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ENSAIO DA ARTE BRASILEIRA”, RECIFE (PE); FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO RECIFE, “COMEMORAÇÃO DOS 170 ANOS DE FUNDAÇÃO DOS CURSOS JURÍDICOS”, RECIFE (PE); CASA DO BRASIL, “ENSAIO DA ARTE BRASILEIRA”, MADRID (ESPANHA) 1998: SHOPPING CENTER GUARARAPES, “PROJETO MOVA”, JABOATÃO DOS GUARARAPES (PE); VAN GOGH GALERIA, (NO THE BRITTISH COUNTRY CLUB), “1ª. EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL ÍTALO-BRASILEIRA”, RECIFE (PE) 1999: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “RELEITURA DE CAMILLE COROT” e “ANO 2000”, RECIFE (PE); VAN GOGH GALERIA, “EXPOSIÇÃO DE ARTE NORDESTINA”, RECIFE (PE); MUSEU MURILLO LA GRECA, “CENTENÁRIO DE UM PINTOR” (UMA HOMENAGEM A MURILLO LA GRECA – 1899-1999), RECIFE (PE). 2022: XXI EXPO DE ARTES DO IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira) / FAF (Fundação Alice Figueira); MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO, Recife (PE)
BIBLIOGRAFIA
RODRIGUES, GALERIA DE ARTES. DEPARTAMENTO DE PESQUISA – ARQUIVO, RECIFE, 1999.