Danilo Azevedo (PE)

Danilo Azevedo (PE)

DANILO RAMIRES AZEVEDO
Assina: DANILO. Recife, PE, 11/07/1919.
PINTOR, JORNALISTA

Cândida Leal de Barros Ramirez, sua avó materna, em 1935, foi quem levou Danilo a ingressar nos caminhos da pintura, dando-lhe tinta, lápis, papel, telas e tudo mais. Disse ter sido influenciado por pintores modernistas como Picasso, Dali, Siqueiros e vários outros. Nunca estudou especificamente desenho ou pintura, a não ser nas aulas do Ginásio Pernambucano, como aluno de Balthazar da Câmara e Rodolfo Lima. Afirma que a sua pintura tem a cor do Nordeste, a cor da sua borboleta, a cor do Clube das Pás, a cor do Maracatu Imperial. O cromatismo de suas telas está representado por cores vivas.

Segundo Marco Aurélio de Alcântara trata-se de um pernambucano que vive nos Estados Unidos desde 1961, trabalhando no Pan American Coffe Bureau em Nova Iorque, mas com experiência já adquirida no jornalismo do Recife. Foi secretário de redação do Diário de Pernambuco, tendo trabalhado com Aníbal Fernandes e, lado a lado, com Luiz Patury Accioly e Luiz Andrade, sendo grande amigo de João Roma.

No Recife, fez sua primeira exposição na Biblioteca Pública do Estado (I Salão Independente de Arte: I Salão de Arte Moderna do Recife). Integrou assim o Grupo dos Independentes junto com Augusto Rodrigues, Elezier Xavier, Percy Lau, Hélio Feijó, Francisco Soares Lauria, Nestor Silva, entre outros. Alguns dos desenhos que elaborou para essa exposição foram caricaturas de Andrade Bezerra, Gilberto Freyre, Gervásio Fioravanti, Ernani Braga, Barreto Campello – o velho.

Na área teatral, trabalhou com Willy Levi e o maestro Ernani Braga, na opereta chamada “Floresta Encantada”.
Do Recife ao Rio de Janeiro, por influência de Agamenon Magalhães Danilo ingressa no Diário da Noite, como repórter e paginador gráfico. Dele é a famosa manchete A Perna do Papa. Nessa época também fez teatro com Dulcina, no Rio de Janeiro, foi o autor da peça “Sinhá Moça Chorou” e produziu “Rei Maracá” (teatro infantil no Rio e em São Paulo).

Nos anos 50, adaptando a experiência espanhola de Lorca, inicia o teatro para operários. Estréia a peça “Os Três Loucos no Mundo” no Teatro Municipal de São Paulo.

Participa de exposições de arte visual nos Estados Unidos e em 1987 realiza na Rodrigues Galeria de Artes uma individual com o título “As muitas faces de um artista”, no Recife. O convite do chanceler Mário Gibson Barboza, seu conterrâneo de Pernambuco, transforma-o num expert em turismo para o Brasil.

O professor Marcílio Reinaux escreveu: (…) “Entendemos que a grandeza da verdadeira arte consiste em captar, fixar e revelar-nos coisas, ações e pessoas, separadas pelos espaços geográficos. É bem de ver que esta é a linha que tem tornado a arte de Danilo verdadeira no dizer de Proust, porque distante de sua terra, dos seus costumes e tradições, ele se manteve fiel às suas origens, fazendo uma arte autêntica e que se reporta ao seu mundo interior do passado. É isto que vemos em suas telas: uma feira do Nordeste, tão autêntica quanto a de Caruaru; uma praça bucólica como a de Casa Forte; um amontoado de aves como as que vemos num garajau das proximidades do Mercado de São José; uma casinha de telhado vermelho entre colinas (lembrando a Zona da Mata); frutas multicoloridas nos balaios de vendedores de rua; um carro de boi nas estradas do agreste de Pernambuco; enfim, o seu mundo interior, como as imagens da infância que não se apagam”.

Paschoal Carlos Magno registrou: “Danilo, um jornalista profissional, um pintor profissional com a mais alta qualificação nesse nosso mundo moderno”. (…)

BIBLIOGRAFIA
Rodrigues Galeria de Artes. Setor de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.

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