Eleana Essinger (PE)

Eleana Essinger (PE)

ELEANA META ESSINGER
Assina: ELEANA ESSINGER. Recife, PE, 01/02/1937.
ESCULTORA

Nasceu no Recife de uma família de artistas que emigraram da Europa na década de 30. Cursou a Escola de Belas Artes do Recife sendo aluna de Bibiano Silva, Lula Cardozo Ayres, Fédora do Rego Monteiro Fernandes, Balthasar da Câmara, entre outros. Na década de 70 se fixou no Rio de Janeiro para aperfeiçoar o seu estilo. Participou de alguns “workshops” no Brasil e no exterior, em especial em Florença/ Itália e St Paul de Vence/ França.

Na busca de sua vocação fez cursos de pintura, desenho, história da arte e diversos outros. Todavia, foi na escultura que se sentiu realizada.

Escolhendo a escultura como foco de sua dedicação, a partir de 1995, preocupada em aprimorar a qualidade de seus trabalhos, passou a freqüentar o Atelier Barro Oco, produzindo peças convencionais em terracota como: cabeças, torsos, bailarinas e outras mais. Logo a seguir partiu para a fase abstrata, apresentando formas que traduzem o íntimo de suas emoções. Essa fase está em franca evolução e lhe tem trazido intensa satisfação.

Em 1998, conseguiu reter uma quantidade de obras que lhe permitiu participar da mostra coletiva II Brasil Arte da Academia Brasileira de Belas Artes, recebendo o diploma de Menção Honrosa com uma escultura feita em bronze e alumínio. Sua segunda apresentação, em dezembro de 1999, foi no Atelier Barro Oco, na exposição “A Representação dos 500 anos na Arte Brasileira”, com a obra Miscigenação.

Nieda Beurlen escreveu: “O processo criativo de Eleana Essinger é baseado numa relação fenomenológica de integração com o material primal, a argila. Relação esta de ligação indissolúvel, na qual a falta de premeditação a faz depender intelectual e emocionalmente dos gestos e movimento das formas, no momento em que estas se exteriorizam. O próprio significado desponta no mundo simultaneamente com o objeto. Em alguns trabalhos, predomina a intenção em expressar relações humanas em tempo narrativo. Em outros, contudo, podemos falar de uma arqueologia uterina: a descoberta do âmago, onde a combinação de planos e vazios remete a questões femininas, como cavidades uterinas e ossos pelvianos. Os eixos centrais, que organiza a obra em torno de um núcleo que surge como decorrência do movimento no fazer ou da construção, funciona como suporte concreto da escultura.
Na passagem do meio de expressão de um estágio a outro, da argila para o bronze, o olhar, através da intuição, relaciona o espaço, a matéria e a luz em discurso plástico-formal. Sua poética se situa na junção entre repouso e movimento, entre o tempo capturado e a passagem do tempo. Eleana se absteve em participar de coletivas para lançar seu trabalho numa individual na sua terra natal”.

Abelardo da Hora afirmou: “É para nós grande alegria ver surgir no panorama cultural, figuras talentosas como essa escultora carioca por adoção. Talvez por morar na bela praia de Ipanema tenha sido suas peças, na sua maioria, tocadas pela atmosfera sensual daquela bela praia. Tive a honra e o prazer de participar de uma maravilhosa exposição organizada e promovida pelo saudoso Roberto Marinho sob o título de ’50 Anos de Escultura Brasileira no Espaço Urbano’, promovida pela Rede Globo e Funarte, na praia de Ipanema… Essa colega escultora que mora lá traz nas suas obras certas linhas que lembram a fonte do amor daquelas vizinhanças”.

BIBLIOGRAFIA
Rodrigues Galeria de Artes. Depto.de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.

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