Farnese de Andrade (MG)

Farnese de Andrade (MG)

FARNESE de Andrade
(1926, Araguari, MG – 1996, Rio de Janeiro, RJ)

Entre 1945 e 1948, estudou desenho com Guignard, em Belo Horizonte. De 1959 a 1961, já residindo no Rio de Janeiro, estudou gravura em metal no Museu de Arte Moderna. Participou da Bienal de São Paulo a partir de 1961 e, em 1968, da Bienal de Veneza. No Salão Nacional de Arte Moderna conquistou os prêmios de viagem ao país em 1969 e o de viagem ao exterior em 1970. Residiu em Barcelona (Espanha, 1972), onde realizou individual em 1973. Da gravura ao desenho, da pintura aos objetos (assemblages e caixas), Farnese de Andrade realizou uma obra em que se espelha a figura do homem contemporâneo, sua face de medo e de espanto, de terror e de sonho. Num texto de 1986, Frederico Morais destacou a linguagem barroca do artista, que “recupera as qualidades do ornamental, do decorativo e do cenográfico. É uma linguagem acumulativa e totêmica, que tem horror ao vazio. Mas, pendularmente, ele também ama o despojamento, que é igualmente mineiro, o silêncio, a ordem, a quietude e o imobilismo.” Em 2000, o Espaço Porto Seguro de Fotografia, em São Paulo, montou a exposição Imagem Aprisionada: A Foto/Objeto em Farnese de Andrade.

Referências: História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; O Brasil por seus artistas (MEC, 1979) e Arte brasileira (Colorama, 1985), de Walmir Ayala; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX (2. ed. revista e ampliada Itaú Cultural/Cosac & Naify, 1999), de Annateresa Fabris, Fernando Cocchiarale e outros; Gravura: arte brasileira do século XX (Itaú Cultural/Cosac & Naify, 2000), de Leon Kossovitch, Mayra Laudanna e Ricardo Resende; Farnese de Andrade (Cosac & Naify, 2002), texto de Rodrigo Naves, DVD de Olívio Tavares de Araújo; O olhar amoroso (Momesso, 2002), de Olívio Tavares de Araújo; Gravura em metal (Edusp/Imprensa Oficial SP, 2002), organização de Marco Buti e Anna Letycia.

Em Belo Horizonte, estudou pintura com Guignard entre 1945 e 1948. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 para tratar de uma tuberculose, trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960.

Em 1959 começou a frequentar o ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde se aperfeiçoou em gravura em metal.

Em 1964 começou a criar obras com materiais descartados, recolhidos em praias e aterros e, posteriormente, utilizou armários, oratórios, gamelas e ex-votos, adquiridos em antiquários e depósitos de materiais usados. Essa guinada artística se deu, portanto, em um contexto de moralismo crescente na sociedade, podendo ser tomada, por trabalhar com materiais da esfera privada e pela forma simbolista de trabalhar os conflitos familiares, como uma resposta a esse contexto moral e político do Golpe de 1964 [1].

No Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 recebeu o prêmio de viagem ao exterior. Foi para a Espanha e instalou estúdio em Barcelona, onde permaneceu até 1975, quando voltou ao Rio de Janeiro.

Em 1993 recebeu o Prêmio Roquette Pinto dos Melhores de 1992 pela exposição Objetos na Galeria Anna Maria Niemeyer.

Acervos
Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex, Inglaterra
Instituto de Arte Contemporânea de Londres – Londres, Inglaterra
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói) – Niterói, RJ
Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) – Nova Iorque, Estados Unidos da América
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) – Rio de Janeiro, RJ
Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) – Rio de Janeiro, RJ

BIBLIOGRAFIA

RODRIGUES, Galeria de Artes. Departamento de Pesquisa – Arquivo, Recife.

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