Fernando Coelho (BA)

Fernando Coelho (BA)

FERNANDO ANTONIO BASTOS COELHO
Assina: F. COELHO Salvador, BA, 1939.
PINTOR E GRAVADOR

Em 1961 recebeu o primeiro prêmio em um concurso de cartazes na Bahia, dedicando-se por algum tempo à publicidade até que, em 1963, optou exclusiva e definitivamente à pintura. Sua arte atravessou várias fases até chegar ao estágio atual, caracterizado por finura e lirismo.
Realizou sua primeira individual em 1964, na Galeria Querino de Salvador; a essa primeira mostra sucederam-se várias outras, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas também no exterior.

Fernando Coelho é pintor figurativo, desenhista de recursos e colorista sensível. Sua temática tem variado desde as cenas urbanas e as paisagens dos começos da carreira à série dos equilibristas – tão evocativas de um Miro – e, bem recentemente, às pinturas de flores.

Disse a seu respeito Geraldo Ferraz: “O deslocamento da colocação da paisagem no quadro é obtido mediante uma fresta aberta na claridade, como um rasgão por onde se visse o casario da cidade e do vilarejo, e então essa arquitetura se ostenta por dois aspectos amarfanhados, pelo tempo e pela distorção, que não chega a pretender um expressionismo”.

Clarival do Prado Valladares escreveu: “O certo seria estudar a pintura de Fernando Coelho desde o princípio, para saber da exata origem e seqüência dessa imaginária lírica que agora povoa suas telas, assim como explicar esse espaço mágico de cores puras que é o suporte de seu texto intrigante. No período em que vivi na Bahia, na década dos cinqüenta, Fernando ainda não existia como pintor, estava, entretanto, na forja, ganhando têmpera, na prancheta de desenho de arquitetura, de móveis e de publicidade, por bastante tempo. Revelou-se como pintor a partir de 1964, sem transparecer em nada, o tirocínio do desenho linear e de projeção que já dominava”.

Em 1984, Fernando Coelho expõe no Rio de Janeiro uma nova série temática, sobre a qual depõe Emanoel Araújo: “No primeiro impacto, o que chama a atenção, na sua atual fase da pintura é a volúpia com que ele elabora suas construções, partindo de formas gordas e redondas, abertas, flamejantes, entremeadas de traços fortes, caligráficos, esguios.. Às vezes usa o espaço de maneira gráfica, outras esse espaço é inserido na forma, mantendo entretanto uma expressão unitária em seu discurso atual. Há nestas flores imaginárias uma monumentalidade que surpreende como seres vivos povoando mundos de fantasia recriados sobre uma realidade da qual o pintor se aproxima e se afasta em avanços e recuos que domina em sua interioridade. Ao mesmo tempo há algo nestas flores imaginárias, como um parentesco longínquo de uma raiz povoada de mística baianidade, que as une ao gigantismo exuberante da talha Barroca, impregnada de densa sensualidade tropical, prontas para um diálogo imediato. Suas pinceladas rápidas e cortantes tratam a cor com a mesma energia do sol jorrando sua luminosidade forte sobre estes pigmentos, tornando sua pintura mais sensorial e lúdica. Há também nestas obras de Fernando Coelho uma maestria no tratamento da fatura com belos efeitos de transparência que completa o seu vocabulário de um pintor que não tem medo da beleza”.

INDIVIDUAIS: 1964: GALERIA QUIRINO, SALVADOR (BA) 1965: GALERIA MONTMARTRE, RIO DE JANEIRO (RJ) 1966: GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, RECIFE (PE) e GALERIA ASTRÉIA, SÃO PAULO (SP) 1967: GALERIA G4, RIO DE JANEIRO (RJ) 1968: GALERIA ASTRÉIA, SÃO PAULO (SP) e CENTRO CULTURAL BRASIL-EUA, SANTOS (SP) 1969: GALERIA BONINO, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM, FORTALEZA (CE) e GALERIA DOCUMENTA, SÃO PAULO (SP) 1970: GALERIA YAZIGI, PORTO ALEGRE (RS); GALERIA GUIGNARD, BELO HORIZONTE (MG) e GALERIA DA PRAÇA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1971: A GALERIA, SÃO PAULO (SP) 1972: GALERIA RECANTO DE OURO PRETO, FORTALEZA (CE) 1973: A GALERIA, SÃO PAULO (SP) e GALERIA DA PRAÇA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1974: GALERIA RECANTO DE OURO PRETO, FORTALEZA (CE) 1975: MAM, SALVADOR (BA) e A GALERIA, SÃO PAULO (SP) 1976: GALERIA DA PRAÇA, RIO DE JANEIRO (RJ) e GALERIA ÁGORA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1977: GALERIA TERESA, SALVADOR (BA) 1978: MAM, SALVADOR (BA) 1979: GALERIA TREVO, RIO DE JANEIRO (RJ); PARNASO GALERIA DE ARTE, BRASÍLIA (DF) e RENATO MAGALHÃES GOUVÊA, GALERIA DE ARTE, SÃO PAULO (SP) 1981: KATTYA GALERIA, SALVADOR (BA) 1982: GALERIA GUIGNARD, PORTO ALEGRE (RS) 1983: RENATO MAGALHÃES GOUVÊA, ESCRITÓRIO DE ARTE, SÃO PAULO (SP); ARTESPAÇO, RECIFE (PE) e ESCRITÓRIO DE ARTE DA BAHIA, SALVADOR (BA).

PRINCIPAIS COLETIVAS: 1965: ALEMANHA 1966: XV SNAM e I BIENAL DE SALVADOR (BA) 1968: II BIENAL DE SALVADOR (BA) 1972: GALERIA SCHETTINI (ITÁLIA) 1973: MAM, SALVADOR (BA) 1978: PAÇO DAS ARTES, SÃO PAULO (SP) 1982: MUSEU DE ARTE, SALVADOR (BA) 1983: V CONTEMPORARY ARTISTS KOUROS GALLERY, NOVA IORQUE, (EUA).
ACERVO:  MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA  MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL  MUSEU DE ARTE DA UNIVERSIDADE DO CEARÁ.

BIBLIOGRAFIAS
Ayala, Walmir. Dicionário de Pintores Brasileiros. Spala Editora Ltda., Rio de Janeiro, 1986 = V.1, M a Z, P.209.
Louzada, Júlio. Artes Plásticas Brasil. Júlio Louzada Editora, São Paulo, V.1, P.264; V.2, P.286; V.3, P.276; V.4, P.269, V.5, P.252, V.6, P.259.
Pontual, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1969, P.139.
Teixeira Leite, José Roberto. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil. Artlivre, Rio de Janeiro, 1988, P.126.

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