Gleide Beiró (PE)

Gleide Beiró (PE)

GLEIDE BEIRÓ UCHOA MOREIRA
Assina: GLEIDE BEIRÓ Recife, PE, 10/04/1948.
ARQUITETA, PINTORA E DESENHISTA.

Sua tendência para as artes manifestou-se logo cedo, graduando-se como arquiteta em 1970 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco.

A partir de 1978, começou a manipular materiais, desenvolvendo a habilidade em construir trabalhos artesanais, através dos cursos de Teatro de Bonecos (professores Friedrich Arndt e Madre Escobar) e da Oficina de Brinquedos em Madeira (Plínio Moreira).

Em 1982, manifesta forte inclinação para as artes plásticas, fazendo o curso livre de Técnicas de Pintura com Tereza Carmen, na Escolinha de Arte do Recife e no ano seguinte, o curso livre de Desenho e Pintura ministrado por Queralt Prat e Lenira Regueira na UFPE. Nesse mesmo ano retorna à Escolinha e faz o curso de Preparação de Papel Artesanal, com José Patrício, e em seguida (1984), ainda na Escolinha, o curso de Preparação de Materiais para Pintura, com Marlene Almeida.

O seu constante interesse em pesquisar as mais diversas técnicas utilizadas nas artes plásticas, leva-a a inúmeros outros cursos que contribuíram de forma decisiva para projetá-la entre os destacados artistas pernambucanos.

Em 1985, foi aluna de Ana Vaz (técnica em pintura); em 1986, de Artur Matuk (técnica de expressões e performances) e com João Câmara, José Carlos Viana e Liliane Dardot (Litografia), no Atelier Anavaz, Escolinha de Arte do Recife e Oficina Guaianases, respectivamente. Nesse mesmo ano, foi eleita diretora-presidente do Centro de Pesquisas de Arte Tátil, da Fundação do CPAT.

Em 1987, apesar de continuar como aluna de vários cursos, leciona no Curso Livre de Técnicas de Pintura na Escolinha de Arte do Recife. Seus últimos mestres foram Delano, Flávio Gadelha e Sebastião Pedrosa, viajando a Londres em 1989, onde participou dos cursos “Life Drawing” e “Silk-Screen Printing”, ministrados por Ruth Eisenhart e Lyn Medcalf, respectivamente.

Em 1993, Gleide viaja novamente para Europa, fixando-se em Barcelona, onde junto com o professor Queralt Prat, objetiva continuar suas pesquisas e desenvolver cada vez mais o seu aprimoramento nas artes plásticas.

Em 1999, fez o curso de História da Arte Moderna e Contemporânea, na Fundação Joaquim Nabuco, com os professores Jorge Coli, Luiz Camillo Osório, Fernando Cocchiaralle e Agnaldo Farias.

Wellington Virgolino, em 1988, ilustrou a exposição da artista com a seguinte crítica: (…) “Meu primeiro contato com as telas de Gleide foi no Salão dos Novos, alguns anos atrás, quando, compondo a Comissão Julgadora, tive o prazer e a honra de fazê-la premiada. Na época, sua pintura era outra, mas já deixava antever, facilmente, a artista de hoje”.
“Expressionista, dona de uma paleta de poucas cores, ela atualmente nos transmite com seus noturnos, suas cenas da noite, o som da poesia. Poesias dos casais dançando, guiados por um piano gasto de uma orquestra cansada, da prostituta silenciosa, do homossexual solitário e do bêbado lúcido. Poesia dos seres, do lado escuro da vida, aparentemente marginalizados. A mesa do bar que sempre foi considerada a tribuna dos desesperados, torna-se através do seu pincel, graças ao milagre artístico da transfiguração, em palco de encontros desejados”.
“Se tudo nos quadros de Gleide Beiró, sobretudo no magnífico painel, formado com diversos trabalhos que se complementam como num “quebra-cabeça”, lembram as românticas madrugadas e seu misterioso cinza, nos permite pressentir, adivinhar, devido ao seu talento, que o Sol da consagração em muito pouco tempo, iluminará mais uma excepcional pintora no cenário das artes brasileiras”.

Augusto Rodrigues, (marchand), fez o seguinte registro: “As obras de Gleide exprimem uma individualidade na elaboração, resultado de uma notável disciplina onde se pode preconizar o caminho profícuo para incluir-se entre os mais destacados artistas brasileiros”.
Flávio Gadelha, sobre a artista, teceu o seguinte comentário: “Gleide Beiró, artista inquieta, pesquisadora, busca sempre novos conhecimentos, novos materiais, experiência nova com tintas alquídicas, acrílicas, óleo, pastel, pigmentos aglutinantes e resinas também em técnicas mista em vários suportes. O seu trabalho visa uma temática em que a música está em primeiro plano” (…).

Professor e pintor Queralt Prat, fez o seguinte registro: (…) “Ouvi dizer que a cor enobrece a matéria e nos abre magníficos horizontes de mistério e alegria. Estas reflexões surgem pensando nos quadros que Gleide nos oferece na Rodrigues Galeria e onde em ousadas e vigorosas composições a cor tem destacada importância. Riqueza de nuanças, harmonia de tons e exaltação cromática envolvem as superfícies de fascinante encanto. Obras empolgantes, fruto de coragem, ofício e talento”.

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1988: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, RECIFE (PE) 1989: GALERIA ARTENOSSA, JOÃO PESSOA (PB) 1990: FIVE DRYDEN STREET GALLERY-CONVENT GARDEN, LONDRES (INGLATERRA) 1994: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, RECIFE (PE); BANORTE (Ag. Imbiribeira), RECIFE (PE) 1997: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, RECIFE (PE) 1999: ESPAÇO VILLA NARO, RECIFE (PE).

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1983: MAC/PE, “XI SALÃO DOS NOVOS”, PRÊMIO AQUISIÇÃO – SUL AMÉRICA SEGUROS, OLINDA (PE) 1984: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, RECIFE (PE) 1985: MEPE, “XXXVIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, Proposta em Equipe, PRÊMIO NOMINAL JOSÉ GOMES DE FIGUEIREDO, RECIFE (PE); CELPE , “II SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, RECIFE (PE) 1986: GMAAM, “PROPOSTA EM EQUIPE”, RECIFE (PE); GALERIA ARCHIDY PICADO-ESPAÇO CULTURAL, “PROPOSTA EM EQUIPE”, JOÃO PESSOA (PB); MASO, OLINDA (PE) 1987: CCPE, “BIENAL DO ARTESANATO DE PERNAMBUCO”, RECIFE (PE); CENTRO CULTURAL ÍTALO BRASILEIRO DANTE ALIGHIERI, RECIFE (PE) 1988: MEPE, “35 ANOS DA ESCOLINHA DE ARTE”, RECIFE (PE) 1989: INSTITUTO DE CULTURA BRASIL/ITÁLIA, RECIFE (PE); BANCO ITAÚ, “PINTURA MURAL”, CABO (PE) 1990: CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS-UFPE, “MINI-QUADROS”, RECIFE (PE) 1991: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “DESENHOS E GRAVURAS”, RECIFE (PE); BANCO ITAÚ, “PINTURA MURAL”, RECIFE (PE) 1992/1994/1995 e 1998: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “HOMENAGEM AO RECIFE”; (No Clube Português, com apoio da Associação dos Amigos do Porto), “PANORÂMICA DE NATAL”; “RECIFE, PINTURA E POESIA”; “RECIFE, NA ERA DO CINEMA PERNAMBUCANO”; “RECIFE – PRAÇAS, PARQUES E JARDINS”, RECIFE (PE) 1999: VILLA NARO, “VISÃO 4”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “SÉCULO XX”, RECIFE (PE); GALERIA IGNACIO DE LASSALETTA, BARCELONA (ESPANHA).

BIBLIOGRAFIA
Catálogo/Convite. “Exposição Cenas da Noite”. Rodrigues Galeria de Artes, Recife, 26/08/1988.
Rodrigues Galeria de Artes. Setor de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.

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