João Andrade (PE)

João Andrade (PE)

João Emiliano Andrade.

Cultura popular, folclore e a história regional são os elementos do trabalho do artista plástico João Andrade. Sua história nas artes tem início ainda na infância, época em que já nutria um talento excepcional para o desenho e a pintura. Na década de 1960, com a ascensão de artistas de Olinda que trabalhavam com talhas de madeira, João Andrade, com 10 anos, começou a trabalhar com o material. Aos 12 anos, vendeu a primeira peça e, desde então, produz com o mesmo prazer.

O artista plástico também tem forte ligação com outras expressões artísticas na sua vida. Na década de 1970, participou do Grupo de Teatro Vivencial e sempre tive uma relação direta com a música. Para João, a arte guia sua vida. “Sou apaixonado. Quem nasce em Olinda já tem no DNA o gostar de arte”, diz. Com o passar dos anos afastou-se dos trabalhos no Teatro e na Música para se dedicar exclusivamente à produção artesanal, não massificada, a qual afirma que nunca abandonará. “Vivo da arte, mas faço por amor”, ratifica ao falar sobre o trabalho em madeira.

Na década de 1980, João Andrade começou a produzir umas meninas de trança, conhecidas como namoradeiras de madeira. Com interesse pela técnica, buscou consolidar-se no trabalho com a madeira, aperfeiçoando entalhes e pintura. Sempre dedicado à atmosfera da cultura popular Brasileira, é fácil observar como essas referências e homenagens à história e aos personagens de Pernambuco são marcantes em sua obra. Para ele, a diversidade cultural é determinante para essa influência em seu trabalho, que constitui inicialmente a pesquisa e, principalmente, a sua vivência nos espaços e nas ideias do folclore e cultura popular. Seu trabalho segue os seguintes passos: desenho, corte, acabamento da madeira e pintura. Para João Andrade, todas as etapas são prazerosas, mas a montagem final se destaca. Quando ele vê tudo pronto, é aí que se sente melhor no seu processo artístico.

Atualmente, João busca trabalhar com diversos planos de fundo. A ideia de dar profundidade a sua obra está ligada nas peças de madeira que ganham vida por suas mãos. Já no campo temático, os ciclos festivos são os grandes interesses. Carnaval, São João e Natal, além de decoração de espaços como restaurantes, camarotes e bailes de carnaval, empreses entre outros.

Como bom Olindense, deixa claro em sua personalidade e produção artística, o Carnaval ganha destaque. Já assinou a roupa do Homem da Meia-Noite, além de troças tradicionais como Pitombeira dos Quatro Cantos e Vassourinhas que também já desfilaram produções do artista. Como carnavalesco, João também tem uma premiada história, iniciada em 1989, no Baile Municipal do Recife, quando um amigo o aconselhou a produzir uma roupa inspirada na arte Sacra de Cusco, no Peru, arte que já realizara em suas pinturas. Na ocasião, ganhou o primeiro lugar com a fantasia “Arcanjo Guerreiro de Cusco”. Esse foi o início de uma jornada de vinte bailes, nos quais, em quatorze foi premiado com o primeiro ou o segundo lugar e em seis, como Hors- Concours, posição designada à pessoa que está notadamente fora de julgamento ou competição pelo seu grau de superioridade.

Com o nome consolidado, João Andrade parece ainda não se acomodar no se trabalho. “Gosto de buscar, de aprender e nunca de estagnar”, diz. Com uma busca pela inovação, o artista usa madeira de demolição como pilar da sua produção.

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