José Claudio (PE)

José Claudio (PE)

JOSÉ CLÁUDIO DA SILVA
Assina: JOSÉ CLÁUDIO Ipojuca, PE, Nascimento: 27/08/1932 Falecimento: 12/12/2023.
ARTISTA PLASTICO, ESCRITOR E CRITICO DE ARTES
Autodidata, desenhava nos papeis de embrulho da loja do seu pai, um armarinho de miudezas. Riscava debruçado no balcão e muitos fregueses levavam com prazer os seus desenhos. Quanto à pintura, aprendeu observando as pinceladas dominicais do seu padrinho, o promotor público Othon Fialho de Oliveira, é o que afirma o artista.
Em 1952, interrompe o curso da Faculdade de Direito do Recife, dedica-se inteiramente à arte ingressando no Atelier Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife-SAMR , dirigida pelo escultor Abelardo da Hora. Continuando seus estudos, recebe orientação de Carybé, Mário Cravo e Jenner Augusto em Salvador/BA, aprendendo a preparar paredes e a pintar em larga escala. No ano seguinte, retorna ao seu Estado natal onde continua seu trabalho como artista plástico colaborando ainda nos jornais locais. Em 1955, mantém contato com Arnaldo Pedroso d’Horta passando a dedicar-se mais ao desenho. Transfere-se para São Paulo, nesse mesmo ano e trabalha inicialmente com Di Cavalcanti, além de freqüentar a Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna, Seção Gravura, sob orientação de Lívio Abramo. A partir daí, a sua trajetória como pintor é rápida e ascendente, fruto do seu talento e dos contatos com grandes mestres, no Brasil e no exterior. Como pintor é um dos mais expressivos do Grupo do Atelier Coletivo do Recife. A sua pintura revela a genialidade daqueles que chegam antes do seu tempo, mas expressa de um modo bem verdadeiro e quase visceral, os seus modos de pensar e de saber – a sua arte. José Cláudio é um erudito, o artista diz ter necessidade de “extrair a pintura diretamente das coisas, arranca-la à paisagem, ou uma figura que passa, ou posa, e não dos mestres do passado ou presente” (…).

Participa do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1956 realiza no Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho) a sua primeira mostra individual com desenhos, comentada através de artigos de Sérgio Milliet, Quirino da Silva e José Geraldo Vieira. Obtém com desenho o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Em 1957 participa da IV Bienal Internacional de São Paulo, que lhe confere Prêmio de Aquisição. Recebe uma bolsa de estudo da Fundação Rotelini, da Itália, indo para a Europa onde permanece por um ano, freqüentando o curso de Modelo Vivo e História da Arte na Academia de Belas Artes de Roma. Em 1959 retorna ao Brasil, participando da V Bienal Internacional de São Paulo e, em seguida volta a Pernambuco, passando a viver no atelier de Montez Magno, Adão Pinheiro e Anchises Azevedo, em Olinda. Realiza a sua segunda individual de desenhos, no Recife. Em 1961, ele colabora com artigos sobre Artes Plásticas para o jornal Diário da Noite, Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco, no Recife. No ano seguinte, obtém o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea para desenho. Em 1963 realiza mostra individual na Galeria São Luiz e participa da VII Bienal Internacional de São Paulo, em São Paulo. Em 1965 lança seus livros “Viagem de um Jovem Pintor à Bahia” e “Ipojuca de Santo Cristo”, recebendo críticas, entre outros, de Sérgio Milliet, Paulo Mendes de Almeida e Matheus de Lima. Em 1966 lança álbum com 25 xilogravuras e textos: “Os Bichos da Roda”. Apresenta exposição de desenhos na Galeria Casa Holanda, no Recife, com catálogo prefaciado por Gastão de Hollanda. Em 1967 retorna à pintura e começa a esculpir em madeira e, dois anos depois, inicia a série de esculturas em granito de grande porte, em Nova Jerusalém/PE. Apresenta o catálogo da coletiva “Oficina Pernambucana”, organizada por Walter Zanini, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. No ano seguinte, lança o seu terceiro livro de viagem, “Bem Dentro”. Em 1971 lança o álbum de xilogravuras “Catende-Xilos”. Em 1972 dedica-se assiduamente a produzir pinturas e esculturas de grandes proporções, em granito, não comercializando as referidas obras em função de um acordo estabelecido com Renato Magalhães Gouvêa – Escritório de Arte. Em 1973, a sua escultura O Pássaro participa da exposição “Image du Brésil”, no Manhattan Center de Bruxelas, organizada pelo Museu de Arte de São Paulo. Em 1974, realiza exposição individual com 38 pinturas a óleo com Renato Magalhães Gouvêa, em São Paulo. Adapta para história em quadrinhos o “Livro dos Mortos”, capítulo do volume “Agá” de Hermilo Borba Filho. Em 1975, realiza exposição individual no Renato Magalhães Gouvêa – Escritório de Arte, em São Paulo, com 100 pinturas a óleo documentando aspectos da Amazônia. As referidas obras foram adquiridas pelo Governo do Estado de São Paulo e colocadas no salão de recepções do Palácio dos Bandeirantes. A partir deste ano, lastreado pelo prestígio de Renato Magalhães Gouvêa, realiza inúmeras exposições. Em 1978, organiza a exposição “Atelier Coletivo”, na Galeria Artespaço, Recife, ocasião em que lança o livro da sua autoria “Memória do Atelier Coletivo”. Em 1979, a sua escultura em granito “Asas do Imigrante”, de 90 toneladas, é colocada pelo DERSA na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. Em 1982, realiza mostra individual no Renato Magalhães Gouvêa – Escritório de Arte, São Paulo, onde apresenta a série sobre o “Descanso do Modelo” de Almeida Júnior, merecendo memorável artigo de Carlos Von Schmidt, além de comentários de outros destacados críticos, como Flávio de Aquino. Participa, a convite de Frederico Morais, da mostra “Entre a mancha e a figura”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É editado pelo Governo do Estado de Pernambuco o seu livro “Artistas de Pernambuco”, pela Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes sendo secretário Francisco A. Bandeira de Mello. Em 1983, participa da exposição “3×4 / grandes formatos”, no Centro Empresarial Rio, organizada por Rubens Gerchman, além da mostra “Panorama da Arte Atual Brasileira”, do Museu de Arte Moderna de São Paulo (motivo de destaque no artigo de Casimiro Xavier de Mendonça; “Atestado de Vigor”, Veja, 2/novembro/1983) e ainda, da exposição inaugural da Grande Galeria do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, organizada por Maria do Carmo Secco. No ano seguinte, edita o seu livro “Tratos da Arte de Pernambuco”. Em 1997 ilustra a capa do livro Sociedade Pernambucana, de João Alberto.
Críticos de Arte e jornalistas de destaque nacional e local o têm acompanhado com grande interesse, entre os quais podemos citar Celso Marconi, Valdi Coutinho, Paulo Chaves, Jomard Muniz de Britto, Paulo Fernando Craveiro (Recife), Vera d’Horta Beccari (São Paulo) e Jacob Klintowitz (Rio de Janeiro). 

1999 – Exposição na Galeria Futuro 25.
2000 – Participa da exposição Almeida Júnior: um artista revisitado, Pinacoteca do Estado de São Paulo, com curadoria de Emanoel Araújo.
2002 – Retoma a escultura em pedra granítica.
2003 – Participa da mostra Arte e Sociedade – Uma relação polêmica, do Itaú Cultural, tendo como curadora Aracy Amaral.
2005- Participa da exposição Territoires transitoires – un parcours dans I’art du Brésil no Palais de La Porte Dorée, Paris.
2007- Participa da coletiva Arte como questão, no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Glória Ferreira.
2009 – Exposição Retrospectiva, no Museu do Estado de Pernambuco. Lançamento do livro José Cláudio – Vida e Obra. Exibição do documentário José Cláudio.

A última exposição de José Cláudio foi a mostra “Primeiro a Fome, Depois a Lua”, em agosto de 2022 no Recife, quando ele completou 90 anos. O nome escolhido faz referência a um quadro do artista, pintado em 1968, que faz parte do acervo original do Museu de Arte do Rio.

2022: XXI EXPO DE ARTES DO IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira) / FAF (Fundação Alice Figueira); MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO, Recife (PE)

Fonte: pesquisas RGA

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