José de Barros (PE)

José de Barros (PE)

JOSÉ DE BARRO
Recife, PE, 1943-1994.
PINTOR, DESENHISTA, GRAVADOR, PROFESSOR E CENÓGRAFO.

Fez curso de Pintura na Escola de Belas Arte da UFPE (1963/67). Participou do Ateliê de Pintura e Restauração e Galeria Retiro (1965/68). Frequentou o ateliê de gravura em metal do Centro Universitário de Vicennes, França (1969/70). Em 1971 coordenou o Ateliê de Pintura do Setor de Artes Plásticas da UFPB, em João Pessoa, PB. Em 1972 frequentou o Ateliê de Gravura em Metal da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro. Criou e executou cenário para as peças: “As preciosas ridículas”, de Molière, (Teatro Ambiente de Olinda – 1975) e o “Mito do silêncio”, de Sérgio Sardou, (Teatro Piolim – 1977). Foi professor do ateliê de gravura em metal da Escolinha de Arte do Recife (1971/78) e em 1978, participa como membro integrante da Oficina Guaianases de Gravura. Nesse mesmo ano, passa a coordenar os Ateliês de Gravura em Metal e um Ateliê de Pintura do Centro de Artes e Comunicação da UFPE. Participou em 1993 do Grupo Quarta Zona de Arte, no bairro do Recife antigo. Segundo a jornalista Adriana Dória Matos, “foi um artista dos anos 70. Não que o seu trabalho tenha se resumido aquela década, ou que não tenha sido visto ou valorizado na década subseqüente e no principio desta. Apenas, a sua força criativa, suas influências sobre os novos artistas e sua maneira de fazer arte estão vinculadas à estética da produção artística pernambucana daquele momento.” Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior e foi integrante do Ateliê Coletivo II, em Olinda. Entre os seus amigos de trabalho podemos citar José Cláudio, Eduardo Araújo, Guita Charifker, Luciano Pinheiro, Gilvan Samico, Thereza Carmen, Maria Carmen, Tereza Costa Rego, entre outros.
José Cláudio escreveu: “No risco de Zé de Barros se sente força e fogo. Vê-se que andava em busca de um tema suficientemente rico para corresponder a sua exuberância, danação, garra, e espaço enfim que coubesse o seu grito, a sua capacidade de ir a fundo e de abranger, de se espalhar, romper limites, exprimir-se” (…).
“O grande equipamento de um artista é a sua alma e a sua mão, e, além disso, no caso de José de Barros, um coto de lápis para riscar na pedra e até se vê que riscaria o mesmo com um caco de telha na calçada, sem muita sofisticação. Mas aos que não o conhecem vale prevenir que não se trata de um artista que não disponha de meios, de conhecimentos. Sua folha de serviço demonstra: sabe tanto de gravura quanto um aluno de Hayter e poderia ter se encantado na pedra com pesquisas sobre new ways que em si não levam a canto nenhum. Desse nouveau-richisme nem sombra. É como se na urgência de ferir, os mil talheres fossem trocados por uma simples faca, ou as unhas e dentes. Honesta crueza que está desaparecendo, assumida com a maior decisão por José de Barros”.
Montez Magno registrou: (…) “José de Barros, portador de uma enorme energia de realização factual, conseguira unir, com rara felicidade, aquilo que assimilara vendo, ao que realizara expressionalmente, através da arte. O conjunto do seu trabalho, digno de uma exposição de grande porte, com seus desenhos pictóricos de grande exuberância, revela uma cativante transparência do poético vegetal e aquático, conduzindo o espectador numa viagem lírica em que a natureza nunca é agressora mas detentora de segredos que o artista deseja captar e consegue transmitir”.

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1966: GALERIA DE ARTE DO TEATRO POPULAR DO NORDESTE, “DESENHOS”, RECIFE (PE) 1967: GALERIA DE ARTE LUIZ CARLOS VIRGULINO, “DESENHOS E PINTURAS”, CAMPINA GRANDE (PB) 1968: GALERIA RETIRO, “PINTURAS”, RECIFE (PE) 1973: GALERIA OFFICINA, “GRAVURAS”, RECIFE (PE) 1976: GALERIA NÊGA FULÔ, “PINTURAS”, RECIFE (PE) 1979: FUNDAÇÃO CULTURAL DO AMAZONAS, “GRAVURAS”, MANAUS (AM) 1980: GALERIA FUTURO 25, “LITOGRAFIAS – IMPRESSÕES AMAZONICAS”, RECIFE (PE); CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO, “DESENHOS E LITOGRAFIAS”, RECIFE (PE); ANDRÉA SIGAUD GALERIA DE ARTE, “LITOGRAFIAS”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1995: ESPAÇO CULTURAL BANDEPE, RETROSPECTIVA “HOMENAGEM A JOSÉ DE BARROS”, RECIFE (PE).
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1966: MEPE, “XXV SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE); MAM/BA, “I BIENAL NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, SALVADOR (BA) 1968: GALERIA VARANDA, “I COLETIVA DE ARTES PLÁSTICAS”, OLINDA (PE) 1973: EMPETUR, “GRAVURAS”, RECIFE (PE) 1974: GALERIA LOTUS, “GRAVURAS”, RECIFE (PE) 1977: RODRIGUES GALERIA DE ARTES / HOTEL MIRAMAR, “I LEILÃO DE ARTE BRASILEIRA NO NORDESTE”, RECIFE (PE); GALERIA DE ARTE ABELARDO RODRIGUES, “A GRAVURA E O DESENHO”, RECIFE (PE) 1978: GALERIA DE ARTE ABELARDO RODRIGUES, “GUAIANASES I”, RECIFE (PE) 1979: MUSEU GUIDO VIÁRO, “GUIANASES II”, CURITIBA (PR); MAM/RJ / FUNARTE, “II SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1980: MAC/PE, “COLETIVA DE JANEIRO”, OLINDA (PE) 1981: “V BIENAL DO GRAVADOR LATINO AMERICANO”, SAN JUAN (PÔRTO RICO) 1982: GALERIA LULA CARDOSO AYRES/ PCR, “PANORÂMICA DA ARTE ATUAL”, RECIFE (PE) 1983: GALERIA FUTURO 25, “VISÃO DA NATUREZA”, RECIFE (PE) 1989: ATELIER COLETIVO II, “VIVA OLINDA VIVA”, OLINDA (PE); CENTRO CULTURAL ADALGISA FALCÃO, “NATUREZA DA PINTURA”, RECIFE (PE) 1990: ATELIER COLETIVO II, “PERMANÊNCIA DA PINTURA”, OLINDA (PE); OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA / MERCADO DA RIBEIRA, “GRANDE LEILÃO DE ARTE”, OLINDA (PE) 1991: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “MESTRES & CONTEMPORÂNEOS – DESENHOS E GRAVURAS”, RECIFE (PE); GALERIA FUTURO 25, “MULHERES”, RECIFE (PE) 1992: MAC/PE, “FERNANDO DE NORONHA – 3 VISÕES”, OLINDA (PE).
ACERVOS: Obras de sua autoria fazem parte do acervo das seguintes instituições: ESCOLINHA DE ARTE DO RECIFE; BIBLIOTECA JOAQUIM CARDOZO – CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DA UFPE.
BIBLIOGRAFIA
Rodrigues Galeria de Artes. Setor de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.

Language »
× Fale conosco pelo WhatsApp?