MARCOS ANTÔNIO FERREIRA DE AMORIM
Assina: MARCOS AMORIM. Recife, PE, 02/10/1947.
DESENHISTA
Iniciou-se na arte em 1962, fazendo cursos de Pintura no Mercado da Ribeira e Escolinha de Arte do Recife.
Já possui considerável acervo de realizações, expondo suas obras em “Artistas Pernambucanos”, na Ribeira, em Olinda; I e II Feira de Artes, em Olinda; MAC-Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, em Olinda; Galeria O Sobrado, em São Paulo; Leilão de Artes no Salão Azul do Grande Hotel, no Recife; “Artistas Pernambucanos” (durante o lançamento do álbum “Pernambuco Sim”), em Brasília; Espaço Cultural Bandepe, no Recife.
Participou ainda de coletivas na Galeria Nega Fulô, Galeria Detalhe e Galeria do Rosário no Recife; Sobrado 7, Oficina 154, Galeria Varanda, 3 Galeras e “Panorâmica de Arte Sacra”, no MAC em Olinda; Galeria da Manchete no Rio de Janeiro, entre outras.
Recebeu o 2º Prêmio do “Salão dos Novos”, no MAC/Olinda; foi autor de estamparias para a Rhodia no lançamento do Tropicalismo, evento intitulado “Momento 68” e conta com obras de sua autoria em várias Embaixadas e Coleções Particulares.
Marcos Amorim se classifica como um artista primitivista. Utiliza de uma maneira geral o “bico de pena” sobre papel e tinta acrílico sobre duratex.
Os detalhes são muito importantes no seu trabalho, acrescidos de um espírito fantasioso. As portas de seus casarios e igrejas são luminosos vitrais caleidoscopicamente desenhados. O cromatismo do seu desenho vibra pela acertada utilização das cores, que é o seu suporte.
Tiago Amorim fez-lhe as seguintes referências: “Marcos sempre procurou documentar, através do bico de pena, os elementos que compõem a paisagem geográfica e histórica da cultura Olindense. A trajetória do desenhista autodidata foi permeada pelos elementos barrocos dos templos, da estatuária e dos ritos que formaram esta Nação. O universo sincrético das culturas católicas e das seitas africanas, com seus santos e orixás complementam os fundos compostos por uma arquitetura ibérica de influência oriental. Os muxarabiês, os almofadões, fazem com os ícones bizantinos, as iluminuras medievais, os vitrais e os ´naives` a base do grafismo com o qual Marcos vislumbra o espectador de sua obra documental, primitiva enquanto expressão, mas executada com a técnica de quem vivencia, experimenta e faz do ´modus vivendi` o ´modus faciendi`.
A preocupação com a escolha do tema sempre ligado a cultura de raiz, se mescla com a vida boêmia contemporânea do burgo. Os Maracatus, os Bumbas meu boi, as Procissões ou as manifestações dos ciclos junino, carnavalesco ou natalino, deixam transparecer a preocupação com as simbologias tradicionais. A fauna e, sobretudo a flora, se transformam ou são afirmadas pela ótica de Marcos em painéis, desenhos sobre papel Shöeller ou tela sobre eucatex.
A fidelidade ao preto do nanquim é uma permanente no apoio à cor exuberante e tropical dando identidade e exatidão ao sentimento nativista do artista que por tradição divide o seu espaço entre a criação e a boêmia que caracteriza a cidade dos desejos”.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1972: CASA DO ARTISTA/ P.M.I., “EXPOSIÇÃO COLETIVA”, IGARASSU (PE) 1981: OFICINA 154, “GERAÇÃO 65 – PINTURA & POESIA”, OLINDA (PE) 1985: PALÁCIO DOS GOVERNADORES / P.M.O., “A VERTENTE DOS SONHOS”, OLINDA (PE); MUSEU DE ARTE BRASILEIRA/ FAAP, “ARTISTAS DE PERNAMBUCO – ACERVO MAC/PE”, SÃO PAULO (SP) 1986: MAC/PE / CCPE, “XXIX CONGRESSO COTAL (MOSTRA OBRAS DO ACERVO)”, OLINDA (PE) 1987: MAC/PE, “ARTISTAS OLINDENSES – EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DOS 450 ANOS DE OLINDA”, OLINDA (PE) 1994: ESPAÇO CULTURAL BANDEPE, “O PAPEL DA ARTE II”, RECIFE (PE) 1995: ESPAÇO DE ARTE FRANZ POST, “I COLETIVA DE GRANDES ARTISTAS EM OLINDA”, OLINDA (PE).
BIBLIOGRAFIA
REVISTA EQUIPE. Divisão de Relações de Pessoal do Dpto. de Pessoal da Sudene, Recife, julho de 1974, nº 72, Ano VI.