PÉRICLES PINHEIRO DA SILVA PAIVA
Assina: Péricles Paiva Carpina, PE, 1946.
PINTOR e ESCULTOR
Iniciou sua vida artística em 1962, elaborando pequenos estudos de desenho e pintura, realizando experiências com aquarela e outras técnicas.
Em 1965, ingressa na Vicar Publicidade, aprimorando-se em desenho publicitário, permanecendo em caráter eventual por um período de dois anos.
Em 1968, aceita o convite da Norton Publicidade onde trabalha por um ano e meio como desenhista de cartazes de propaganda. Neste mesmo ano estuda no Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco.
Em 1969, trabalha na função de cartógrafo para o Ministério da Saúde. Neste ano, inicia a sua participação em exposições coletivas com muito entusiasmo e êxito.
Em 1970 estuda desenho e pintura na Escola de Belas Artes da UFPE.
Em 1971, continua o Curso de Desenho e ingressa no Curso de Escultura com o professor Roberto Correia, na referida Escola.
Em 1973 passa a colaborar para o jornal Diário de Pernambuco, escrevendo sobre artes plásticas e literatura.
Em 1974 é contratado como estagiário pela Editora da Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1975 conclui o Curso de Licenciatura em Desenho, retornando ao de Escultura. Muitas obras de sua autoria perdem-se na grande cheia ocorrida no Recife. Neste mesmo ano, presta serviços ao Museu do Instituto do Açúcar e do Álcool, integrando-se em 1976, como pesquisador em Museologia e em Decoração, atividade que encerra no final do referido ano.
Entre 1977 a 1979, continua participando de exposições coletivas e executando esculturas para edifícios.
Em 1980 realiza viagens de estudo por diversos Estados do território brasileiro. Deste ano em diante torna-se um constante expositor em mostras coletivas de Galerias e Instituições Culturais.
Suas obras fazem parte de acervos particulares e de empresas e instituições. Na sua produção artística executou trabalhos que estão colocados no Salvador Praia Hotel (Grupo Monte) e esculturas nos edifícios Taormina e Alexandria, em Boa Viagem, no Recife.
O artista plástico Francisco Brennand, em 1976, ilustrou um convite do autor, com o seguinte texto: “A arquitetura, não só neste quadro, como de todos os outros é tratada a maneira cubista, lembrando as experiências cubistas de Braque e Picasso, realizadas entre os anos de 1907 e 1909, o primeiro pintando casarios no Golfo de L’Estaque e o segundo nas aldeias de Horta de Ebro. Contudo o cubismo de Péricles não é analítico é antes de qualquer coisa vivificado por um forte acerto expressionista.
Esta aparente rigidez geométrica longe de esconder, confirma suas intenções literárias. No tempestuoso quadro destacado por mim, esses acertos cubistas acentuam a solidez desse conjunto de misteriosas casas, sujeitas a toda espécie de tumulto atmosférico”.
“Contribuindo ainda mais para estas aproximações externas, verifiquei no desenho destorcido desse casarão, que tanto me lembrou a casa de Heathcliff, as mesmas janelas estreitas, mais parecendo fendas profundamente enterradas nas paredes protegidas por amplos cunhais de pedra”.
“A insistência do jovem pintor Péricles Paiva, em abordar o tema de casarios, nada tem, portanto de gratuita. A sua estranha e até descabida obsessão pelas aldeias imersas na neve, pelas estalagens, albergues, pontes e finalmente pelo CASTELO enquadram-no num expressionismo de sabor ferozmente romântico”.
O jornalista Paulo Fernando Carneiro fez-lhe a seguinte crítica: “Estranhos e sombrios quadros povoam sua cabeça, acostumada aos lances menos tecnicoloridos da vida. Fantasmas onipresentes revelam-se no silêncio e telhados de seu casario recebe de modo indolor a pátina do tempo. Após mergulhar no poço da angustia Kafkiana, onde se manteve nadando com seus braços e com seus pincéis, Péricles Paiva finge que abandona a desesperada atmosfera do autor de pesadelos”.
“Não abandona. O pintor prossegue na imaginação de suas vias cruciais, das mansões estereotipadas de mistério e dos rostos ansiosos das pessoas a caminhar pelo roteiro da sombra, somente aqui e ali amenizada por naturezas mortas com os frutos da parte menos pessimista da criação. Kafka admite que, morrer não significa libertar-se, razão pelas quais os olhos das figuras do artista estão magnetizados pelo drama em que se apóia a condição humana. No território da ansiedade metafísica armam-se os quadros do pintor, despojados de encantos fáceis e de evoluções pictóricas de luzes assépticas. Péricles Paiva exercita-se dentro da estética da obscuridade do elenco das figuras desarvoradas e humilhadas de Goya e de Daumier, mas opta pela nota crepuscular do Miserere, de Rouault, em cuja rua dos solitários trafega todas as tristezas do mundo”.
“Com as tintas que fazem contornos densos e a economia de cores perseverantemente incorporadas à sua ótica, o pintor jamais faz alarde de qualquer coisa. Ao contrário, tenta esconder o explícito no processo de convocação de sombras”.
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1973: CONSULADO DA TCHECOLOSVÁQUIA, “TRABALHOS SOBRE A OBRA DE FRANS KAFKA”, BRASÍLIA (DF) 1974: LIVRO 7 ESPAÇO CULTURAL, “GERAÇÃO 65”, RECIFE (PE); LIVRARIA SÍNTESE, “ABSTRATOS”, RECIFE (PE) 1976: MAC/PE, “TRIBUTO A KAFKA”, OLINDA (PE) 1978: PANORAMA GALERIA DE ARTE, “PÉRICLES PAIVA”, SALVADOR (BA) 2000: FIORI VEÍCULOS, “PINTURAS ABSTRATAS”, RECIFE (PE).
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1969: GALERIA OFICINA 154, “MOSTRA COLETIVA”, OLINDA (PE); MAC/PE, “EXPOSIÇÃO DOS NOVÍSSIMOS”, OLINDA (PE); GALERIA MERCADO DA RIBEIRA, “MOSTRA COLETIVA”, OLINDA (PE) 1970: GALERIA DA EMPETUR, “JOVENS ARTISTAS PERNAMBUCANOS”, RECIFE (PE); MAC/PE, “II EXPOSIÇÃO DOS NOVÍSSIMOS”, OLINDA (PE); MAM/RJ, “XIX SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAC/SP, “IV EXPOSIÇÃO DE JOVEM ARTE CONTEMPORÂNEA”, SÃO PAULO (SP) 1971: MAC/PE, “III EXPOSIÇÃO DOS NOVÍSSIMOS”, OLINDA (PE) 1972: CASA DO ARTISTA – P.M.I., “EXPOSIÇÃO COLETIVA”, IGARASSU (PE) 1973: MANHATTAN CENTER, “IMAGE DU BRÉSIL” (ORGANIZADO PELO MASP-SP), BRUXELAS (BÉLGICA); GALERIA NEGA FULÔ, “INAUGURAÇÃO CASARÃO DOS 4 CANTOS”, RECIFE (PE) 1974: MAM/RJ, “XXIII SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, RIO DE JANEIRO (RJ); UFMG, “V SALÃO DE ARTE UNIVERSITÁRIA”, BELO HORIZONTE (MG); MAM/RJ, “VI SALÃO DE VERÃO DO JORNAL DO BRASIL”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAC/PE, “II SALÃO DOS NOVOS”, OLINDA (PE) 1975: GALERIA OFFICINA, “O DESENHO EM PERNAMBUCO”, RECIFE (PE) 1978: GALERIA OFFICINA, “OFFICINA 01 – DESENHOS E GRAVURAS”, RECIFE (PE) 1979: MAC/PE, “VII SALÃO DOS NOVOS”, OLINDA (PE); UNICAP, “SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS – II FESTIVAL DE INVERNO”, RECIFE (PE); MEPE, “XXXII SALÃO OFICIAL DE ARTE”, RECIFE (PE) 1981: GALERIA VILA RICA, “COLETIVA DE MAIO”, RECIFE (PE); GALERIA OLD VICK, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); GMAAM, “HUMOR EM 3 TRAÇOS”, (ESCULTURAS, CHARGES E CARTUNS), RECIFE (PE) 1982: CARMITA DECORAÇÃO, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); GALERIA OFFICINA, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); PATRIMONY GALERIA, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); GALERIA ARGILA, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); MEPE, “XXXV SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE PERNAMBUCO”, RECIFE (PE) 1984: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “PINTORES BRASILEIROS”, RECIFE (PE) 1997: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “PROMOARTE 97”, RECIFE (PE) 1998: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “PROMOARTE 98”, RECIFE (PE).
COLETIVAS: Obras de sua autoria nos seguintes acervos: MAC/PE, OLINDA (PE); MUSEU DO AÇUCAR E DO ÁLCOOL, RECIFE (PE); UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE (MG); JORNAL DO BRASIL, RIO DE JANEIRO (RJ); UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (REITORIA), RECIFE (PE); BANCO ECONÔMICO, NEW YORK (USA) e RECIFE (PE); NORTE COMERCIAL LTDA, RECIFE (PE); MAGNA ENGENHARIA LTDA, RECIFE (PE); BANCO BOA VISTA, RECIFE (PE).
BIBLIOGRAFIA
Cláudio da Silva, José. Artistas de Pernambuco. Governo do Estado de Pernambuco, 1982.
Rodrigues Galeria de Artes. Depto.de Pesquisa – Arquivo, Recife, 2000.