Rubens Sacramento (BA)

Rubens Sacramento (BA)

RUBENS MANUEL DO SACRAMENTO
Assina: SACRAMENTO ou RUBENS SACRAMENTO – Salvador, BA, 05/08/1920.
PINTOR

Rubens Sacramento ingressou nas artes plásticas aos 15 anos de idade, quando freqüentou o curso de pintura em aquarela com o professor Afredo Norfini e de pintura a óleo com os professores George Zinata e Carol Cossak. No sentido de aprimorar-se cada vez mais, freqüentou também a Escola de Belas Artes da Bahia.

De 1937 a 1942, Sacramento dedicou-se à arte da caricatura, realizando várias exposições na Bahia e outros Estados do norte e sul do país. Em 1959, concorreu ao Concurso de Aquarelistas em Buenos Aires/ Argentina. O forte da sua pintura está voltado para as paisagens e marinhas, através de imagens de praias com coqueirais, barcos à beira-mar, ondas espumantes quebrando no litoral, noturnos com casebres, paisagens de madrugada e ocaso, entre tantos belos gêneros captados com maestria pelo artista.
Em 1977, Rubens realizou uma viagem pelo Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, tendo nessa ocasião transportada para as telas impressões colhidas dos diversos lugares por que passou.

Jaci Bezerra, escreveu: (…) ”Rubens Sacramento, é um desses pintores seduzidos pela natureza tropical, sobretudo pelas paisagens litorâneas, ali onde o mar é límpido e transparente e onde os coqueiros, margeando as praias, ainda insistem em sobreviver ao lado das aldeias dos pescadores. Sacramento é essencialmente um paisagista, como paisagistas foram e são, alguns dos mais expressivos pintores pernambucanos. Enquanto paisagista a ele não parece interessar, pintando, os detalhes que, tirados à natureza, em harmonia com o sentimento podem, fazendo cantar a luz e a cor, expressar simbolicamente o espírito de uma paisagem, ou, por interiorizá-la, capturar o que nela é essencial. Ele ambiciona, ao contrário, aprisionar em suas telas grandes planos da natureza, como se visse as paisagens mais como imagens que alumbram os olhos do que como uma harmonia de elementos que, conjugados, são capazes de atrair para dentro de si, procurando, dessa maneira, alcançar a sua forma essencial, a sua luz, ritmo, movimento, cor, para aprisioná-la, a partir daí, com o sentimento determinado pela emoção. Ele pinta a paisagem, qualquer paisagem, simplesmente como uma imagem pousada na retina, detalhe por detalhe, até a exaustão. Por assim proceder, sua pintura deve ser entendida menos como a obra de um paisagista do que como a obra de um retratista para quem a emoção seja dispensável e secundária. (…) Nos quadros de Sacramento, a natureza raramente é tranqüila. Prevalece no pintor a tendência de fixá-la em permanente movimento. Os mares, como os coqueiros, movem-se agitadamente. E as nuvens, ao fundo, mesmo com a presença da lua, são escuras e ameaçadoras, como se carregadas de maus presságios. Mar e coqueiros, o céu carregado de nuvens, palhoças, jangadas, a escassa presença de pescadores. Estes são os elementos constantes nas paisagens de Rubens Sacramento. Através deles, e com eles, Sacramento pinta como se pintasse um cenário, tentando revelar a beleza de um mundo em permanente movimento” (…).

Sebastião de Deus Sobrinho, diretor do Jornal Phoenix, publicou: “O culto à natureza é um traço marcante das personalidades sensíveis. Um crepúsculo purpurino espalhando luz por sobre o horizonte, altos coqueiros tangidos pelo vento, brancas ondas espraiando-se por sobre a areia. Densas nuvens carregam a atmosfera enquanto o jangadeiro luta para manter-se firme. Nordeste: a palhoça, a jangada, o coqueiro. Olinda, eterna num instante de poesia. Pescador que não mais sonha com a areia, pois lhe pesa sobre os ombros duro fardo: trazer o peixe, matar a fome; enquanto acontece-lhe indiferente a grande beleza que o circunda”.

Leopoldo Barbosa publicou no Jornal do Brasil: “Escolhendo os ângulos com rigor notável, Rubens Sacramento imprime cunho diferente à sua obra. Quer nas paisagens, nas marinhas ou em outros gêneros, é o mesmo desenhador rigoroso; senhor das cores que dão aos seus trabalhos uma sensação extraordinária de luz e de vida”.

Estela Machado, jornalista do Jornal da Tarde, publicou: “Coqueiros das praias da Bahia, Farol de Itapoã à noite, jogando luz para o espaço, enquanto a lua deita-se no oceano, banhando-o. Tinha ouvido falar nas marinhas deste pintor. Fui até ao Palácio Rio Branco conhecer as obras deste artista, sobre quem tanto se falava aqui em Salvador, como o representante máximo de Noturnos, Madrugadas e Marinhas. Fiquei empolgada e cheia de admiração. Parabéns RUBENS SACRAMENTO”!

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: PALÁCIO DO RIO BRANCO, SALVADOR (BA); BLIBIOTECA PÚBLICA, SALVADOR (BA); HOTEL SERRADOR, RIO DE JANEIRO (RJ); HOTEL QUITANDINHA, PETRÓPOLIS (RJ); GALERIA EUROPA, RIO DE JANEIRO (RJ); COPACABANA PALACE HOTEL, RIO DE JANEIRO (RJ); GALERIA NACIONAL, NOVA IORQUE (EUA) onde recebeu homenagem; SALÃO DE BELAS ARTES DO RIO DE JANEIRO (RJ) Premiado com Medalha de Prata; MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO, RECIFE (PE) Premiado com Menção Honrosa; GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, RECIFE (PE); ASSOCIAÇÃO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE PERNAMBUCO, RECIFE (PE); MUSEU DE ARTE SACRA, OLINDA (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, RECIFE (PE).

OBS: Sacramento nunca se preocupou em registrar e organizar cronologicamente as exposições individuais e coletivas, apesar de ter participado de um número infindável de eventos.

PALESTRAS: Como convidado, realizou palestras sobre Artes em diversos canais de Televisão, em vários Estados brasileiros.

ACERVO: Suas obras fazem parte de coleções e acervos no Brasil e Exterior. A Marinha de Pernambuco tem um trabalho seu em homenagem ao soldado marinheiro o qual, anualmente é exposto ao público. O Aeroporto de Beirute, o Banco do Estado de Minas Gerais e o Hotel Ilhéus da Bahia, têm painéis de sua autoria.

BIBLIOGRAFIA
RODRIGUES, Galeria de Artes. Departamento de Pesquisa – Arquivo, Recife, 1999.

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