Samico (PE)

GILVAN JOSÉ MEIRA LINS SAMICO
Assina: SAMICO Recife, PE, 15/06/1928.
GRAVADOR, PINTOR E PROFESSOR.

Iniciou-se nas Artes Plásticas como autodidata.

Em 1948, integra-se na Sociedade de Arte Moderna do Recife, fundando quatro anos depois o Atelier Coletivo, junto com outros artistas, que se propunham a uma arte de cunho social. Com esse objetivo, houve pontos de contato com Scliar e outros gaúchos do Clube da Gravura.

Em 1957, estudou xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tendo por orientador Lívio Abramo.

Em 1958, transfere-se para o Rio de Janeiro, prosseguindo seus estudos com Oswaldo Goeldi.

Em 1965, regressa à Pernambuco, fixando-se na cidade de Olinda. Ensinou xilogravura no Setor de Artes Plásticas da Universidade Federal da Paraíba.

Entre os anos de 1981 a 1983, foi membro da Comissão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro.

Em 2000, recebe do Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco o Diploma Cultural Lula Cardoso Ayres.

Roberto Pontual escreveu: (…) “Embora o aprendizado com Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi pudesse tê-lo dirigido no sentido de um realismo de preocupação social ou de um expressionismo ardentemente sombrio, as raízes nordestinas trataram de recapturá-lo e de situá-lo ao nível desse realismo mágico (o que em certos aspectos vale como soma da exatidão de Abramo e do fantástico de Goeldi) que circunscreve a saga do romanceiro popular, tal como ele se concretiza nos livretos da literatura de cordel”.
“Extremamente cuidadoso na elaboração de cada matriz – de modo a obter dela os efeitos precisos de um refinamento formal que intensifica ao mesmo tempo a simplicidade do desenho e a fantasia primeva da gravura popular, redimensionando-lhe a rudeza e o sonho – Samico manteve sempre, na sua produção relativamente escassa, a intenção de nos conduzir do contemporâneo ao arcaico, e deste nos fazer voltar ao arcaísmo de hoje. Das narrativas do cordel ele aproveita, sobretudo os elementos que de maneira mais direta refiram a religiosidade popular, com sua demonologia, seus mitos reincorporados, seus símbolos do inconsciente coletivo, seus animais de infância e medo, seu espanto diante do que parece nascer de um sobrenatural. Mesmo quando mais recentemente começou a dar preferência à pintura, esses elementos básicos continuaram a permear seu trabalho, em que pese certa atenuação da componente arcaica e a mudança substancial do esquema cromático, agora avivado e disseminado em calor pela totalidade da superfície, sem os antigos contrastes com as amplas áreas brancas das xilogravuras. O Nordeste, contudo, está sempre ali, armando a sua linguagem”.

INDIVIDUAIS: 1960: GALERIA LEMAC, RECIFE (PE) 1965: PETITE GALERIE, RIO DE JANEIRO (RJ) 1966: REITORIA DA UNIVERSIDADE DA PARAIBA, JOÃO PESSOA (PB); GALERIA DO TPN- TEATRO POPULAR DO NORDESTE, RECIFE (PE) 1970: CASA DO BRASIL, MADRID (ESPANHA) 1985: MUSEU NACIONAL DE CULTURAS POPULARES, MÉXICO (MÉXICO) 1989: BOLSA DE ARTE DE PORTO ALEGRE, (RS) 1994: COOPERATIVA DE ATIVIDADES ARTÍSTICAS, “CUMPLICIDADES” e “RECIFE – RAÍZES – RESULTADOS”, PORTO (PORTUGAL) 1995: SYLVIO NERY DA FONSECA – ESCRITÓRIO DE ARTE, SÃO PAULO (SP) 1996: GALERIA SOBRADO, “GRAVURAS E PINTURAS”, OLINDA (PE) 1997: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL, “SAMICO – 40 ANOS DE GRAVURA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1998: MAMAM, “SAMICO – 40 ANOS DE GRAVURA”, RECIFE (PE) 1999: MUSEU DE ARTE MODERNA DA PAMPULHA, “SAMICO – 40 ANOS DE GRAVURA”, BELO HORIZONTE (MG).

COLETIVAS: 1955: MEPE, “XIV SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE) 1956: MEPE, “XV SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE) 1957: MEPE, “XVI SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE) 1958: SALÃO “A MÃE E A CRIANÇA”, RIO DE JANEIRO (RJ); MEPE, “XVII SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE); “SALÃO DA ESTRADA”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/RJ, “VII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1959: CABANGA IATE CLUBE, “II PANORÂMICA DAS ARTES PLÁSTICAS EM PERNAMBUCO”, RECIFE (PE); MEPE, “XVIII SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE); MAM/RJ, “VIII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1960: MEPE, “XIX SALÃO ANUAL DE PINTURA”, RECIFE (PE); MAM/RJ, “IX SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1961: INSTITUTO CULTURAL BRASIL-EE.UU., “MOSTRA COLETIVA”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/SP, “VI BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO”, (SP); MAM/RJ, “X SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1962: CLUBE INTERNACIONAL DO RECIFE, “PANORÂMICA DE ARTES PLÁSTICAS”, RECIFE (PE); WALKER ART CENTER, “NEW ART OF BRAZIL”, MINNEAPOLIS (EUA); “XXXI BIENAL DE VENEZA”, (ITÁLIA); “ARTE DE AMÉRICA Y ESPAÑA”, MADRID (ESPANHA); MAM/RJ, “XI SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1963: MUSEU DO UNHÃO, “CIVILIZAÇÃO DO NORDESTE”, SALVADOR (BA); MAM/RJ, “XII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ); MAM/SP, “VII BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO”, (SP) 1964: “I BIENAL AMERICANA DE GRABADOS”, SANTIAGO (CHILE); MAM/RJ, “XIII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1965: “II SALÃO DO DISTRITO FEDERAL”, BRASÍLIA (DF); MAM/RJ, “XIV SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1966: O CRUZEIRO (SUCURSAL), “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); GALERIA CASA HOLANDA, “O ROSTO E A OBRA”, RECIFE (PE); “EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE GRAVURAS”, VANCOUVER (ALEMANHA); “V BIENAL DE TÓQUIO”, (JAPÃO); “BIENAL DE ARTE LITÚRGICA”, TRIESTE (ITÁLIA) 1968: MAM/RJ, “XVII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, RIO DE JANEIRO (RJ); “III BIENAL AMERICANA DE GRABADOS”, SANTIAGO (CHILE); MAM/BA, SALA ESPECIAL NA -“II BIENAL NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS”, SALVADOR (BA); TEATRO SANTA ISABEL/ DEC-PMR, “PINTORES PERNAMBUCANOS”, RECIFE (PE) 1970: “I BIENAL DE GRABADO LATINO-AMERICANO”, SAN JUAN (PORTO RICO) 1972: GALERIA CASA DE OLINDA, “MOSTRA COLETIVA”, OLINDA (PE); “BIENAL DE GRAVURA”, FLORENÇA (ITÁLIA); GALERIA COLLECTIO, “ARTE BRASIL HOJE”, SÃO PAULO (SP) 1973: CASA DE OLINDA, “33 GRAVADORES BRASILEIROS”, OLINDA (PE) 1977: MAM/RJ, “ARTE AGORA: VISÃO DA TERRA”, RIO DE JANEIRO (RJ); ABELARDO RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “NOVE ARTISTAS GRAVADORES”, RECIFE (PE) 1979: “XXXVI SALÃO PARANAENSE”, CURITIBA (PR) 1980: MAM/SP, “PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA”, SÃO PAULO (SP) 1981: GALERIA SÃO PAULO, “MOSTRA COLETIVA”, SÃO PAULO (SP); MAM/SP, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, SÃO PAULO (SP); CASA DA GRAVURA, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, CURITIBA (PR); ECT GALERIA DE ARTE, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, BRASÍLIA (DF); PALÁCIO DAS ARTES, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, BELO HORIZONTE (MG); MAC/PE, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, OLINDA (PE); TEATRO CASTRO ALVES, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, SALVADOR (BA); MAM/RJ, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, RIO DE JANEIRO (RJ); GALERIA VILA RICA, “COLETIVA DE MAIO”, RECIFE (PE) 1982: MUSEU DE ARTE DE SANTA CATARINA, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, FLORIANÓPOLIS (SC); MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL, “DESTAQUES HILTON DE GRAVURA”, PORTO ALEGRE (RS); “V MOSTRA ANUAL DE GRAVURA”, (SALA ESPECIAL), CURITIBA (PR) 1983: “BIENAL”, MONTEVIDÉU (URUGUAI) 1984: CENTRO DE CIÊNCIAS, “MOSTRA COLETIVA”, BONN (ALEMANHA) 1985: MAM/SP, “DESTAQUE DA ARTE CONTEMPORÂNEA”, SÃO PAULO (SP); GALERIA DO CENTRO CULTURAL CÂNDIDO MENDES, “PINTURA AO AR LIVRE”, RIO DE JANEIRO (RJ); MEPE, “XXXVIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE PERNAMBUCO”, RECIFE (PE); MUSEU DE ARTE BRASILEIRA/ FAAP, “ARTISTAS DE PERNAMBUCO – ACERVO MAC/PE”, SÃO PAULO (SP) 1986: MAC/PE / CCPE, “XXIX CONGRESSO COTAL (MOSTRA OBRAS DO ACERVO)”, OLINDA (PE) 1987: MAM/SP, “ARTE SOBRE PAPEL”, SÃO PAULO (SP) 1988: ESTÚDIO A, “3 GERAÇÕES NA ARTE PERNAMBUCANA”, RECIFE (PE); SESC, “OS RITMOS E AS FORMAS – ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA”, SÃO PAULO (SP) 1989: MUSEU CHARLOTTENBORG, COPENHAGUE (DINAMARCA) 1990: ART CENTER, “MOSTRA COLETIVA”, DRONNINGLUND (DINAMARCA); “BIENAL”, VENEZA (ITÁLIA); OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA / MERCADO DA RIBEIRA, “GRANDE LEILÃO DE ARTE”, OLINDA (PE) 1991: LILJEVALLCHS KONSTHALL, “VIVA BRASIL VIVA”, ESTOCOLMO (SUÉCIA); GALERIA ARTESPAÇO, “PERNAMBUCO: ESTÉTICA DE RESISTÊNCIA”, RECIFE (PE) 1992: GALERIA MONTESANTI ROESLER, “PERNAMBUCO: ESTÉTICA DE RESISTÊNCIA”, SÃO PAULO (SP); GALERIA DO CENTRO CULTURAL CÂNDIDO MENDES, “ATELIER COLETIVO”, RIO DE JANEIRO (RJ) 1993: “ATELIER COLETIVO”, HAMBURGO (ALEMANHA); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “RECIFE NA DÉCADA DE 30”, RECIFE (PE) 1994: “RECIFE-RAIZES-RESULTADOS”, PORTO (PORTUGAL); COOPERATIVA DE ATIVIDADES ARTÍSTICAS, “CUMPLICIDADES”, PORTO (PORTUGAL); ESPAÇO CULTURAL BANDEPE, “O PAPEL DA ARTE II”, RECIFE (PE) 1996: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ARTE E LITERATURA”, RECIFE (PE) 1997: SOBRADO ESPAÇO CULTURAL, “PINTURAS E GRAVURAS DE SAMICO E AQUARELAS DE GUITA CHARIFKER”, OLINDA (PE).

PRÊMIOS: 1957, 1958 e 1960: 1° PRÊMIO DE GRAVURA – “SALÕES ANUAIS DE PINTURA”, MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO, RECIFE (PE) 1960: PRÊMIO DE AQUISIÇÃO – “SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, MUSEU DE ARTE MODERNA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1961: ISENÇÃO DE JÚRI – “SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, MUSEU DE ARTE MODERNA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1962: PRÊMIO DE VIAGEM PELO PAÍS – “SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, MUSEU DE ARTE MODERNA, RIO DE JANEIRO (RJ) e PRÊMIO DE ARTE LITÚRGICA – “XXXI BIENAL DE VENEZA” (ITÁLIA) 1964: PRÊMIO MARUJA BUCHARD – “BIENAL”, SANTIAGO (CHILE) 1968: PRÊMIO DE VIAGEM AO ESTRANGEIRO – “XVII SALÃO NACIONAL DE ARTE MODERNA”, MUSEU DE ARTE MODERNA, RIO DE JANEIRO (RJ) 1979: PRÊMIO SECE “IN MEMORIAM” ARTHUR NÍSIO, CURITIBA (PR) 1980: PRÊMIO MUSEU DE ARTE MODERNA – “PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA”, MUSEU DE ARTE MODERNA, SÃO PAULO (SP) 1996: PRÊMIO LEANDRO GOMES DE BARROS, INSTITUIDO PELO GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, RECIFE (PE) e PRÊMIO NACIONAL DE CULTURA, (ARTES PLÁSTICAS), MINISTÉRIO DA CULTURA, BRASÍLIA (DF) 1998: 1º. PRÊMIO A.E.S.O. DE CULTURA PERNAMBUCANA, ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA, OLINDA (PE) 1999: 2º. PRÊMIO JOHNNIE WALKER DE ARTES PLÁSTICAS (3ª. EDIÇÃO), RIO DE JANEIRO (RJ).

BIBLIOGRAFIA
JOSÉ CLÁUDIO da Silva. Os Renascentistas de Pernambuco. in catálogo da mostra Oficina Pernambucana, no Museu de Arte Comtemporânea da Universidade de São Paulo, 1967.
PONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/Hoje. Collectio Artes Ltda., São Paulo, 1973, p.170/171.
PONTUAL, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Editora Civilização Brasileira S.A., Rio de Janeiro, 1969, p.470.
TEIXEIRA LEITE, José Roberto. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil. Artlivre, Rio de Janeiro, 1988, p.459.