Maria Carmen

MARIA CARMEN DE QUEIROZ BASTOS

Assina: MARIA CARMEN 4 Recife, PE, 18/03/1935.

PINTORA, DESENHISTA e ESCULTORA.

                Apesar de dedicar-se inicialmente à escultura, é no desenho e na pintura que Maria Carmen descobre, em tempos recentes, o meio expressivo mais funcional e fecundo.  Nasce artista, como diz a própria, não se descuidando em aprimorar o seu talento através de grandes mestres. Participa de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo agraciada com importantes premiações.

                Em 1959, no Rio de Janeiro, estuda escultura com Humberto Cozzo e em 1962, de volta ao Recife, faz esculturas no Ateliê de Bibiano Silva, freqüentando em seguida o MCP/Movimento da Cultura Popular, estudando desenho com Abelardo da Hora, Wellington Virgolino e José Cláudio da Silva. Ainda em 1962, lhe são conferidos dois primeiros prêmios (escultura e desenho), pelo Museu do Estado de Pernambuco, no XXI Salão de Pintura.  Realiza ainda, sua primeira exposição individual de desenhos e esculturas na Galeria de Arte do Recife e participa da exposição II Panorâmica de Artes Plásticas Pernambucanas, no Clube Internacional, promovida por Fernando Rodrigues, Ladjane Bandeira e Ivan Carneiro.

                Em 1963, ensina pintura em tecidos no MCP e participa da exposição “Civilização do Nordeste”, no Solar do Unhão, em Salvador.

                Em 1964, a convite de Pietro M. Bardi realiza uma individual de desenho no MASP. Convidada por Walter Zanini, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, para participar do movimento internacional PHASES, com sede em Paris.

                Em 1965, participa de várias exposições coletivas no Brasil e no exterior e de uma individual na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro.  Toma também parte na última exposição coletiva da Galeria da Ribeira, que encerra suas atividades.

                Em 1966, participa do movimento para a criação do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Trabalha no seu Ateliê em Recife e no Ateliê + 10, em Olinda.

                Em 1967, realiza no Museu de Arte Contemporânea da USP, a mostra “Oficina Pernambucana”.

                Em 1968, há uma mudança radical na linha do seu desenho. Neste mesmo ano, ilustra o livro “Casa Grande e Senzala” (II Edição), de Gilberto Freyre e participa de várias exposições no exterior, além de Fortaleza/CE e Recife/PE, e obtém o Prêmio de Aquisição do I Salão de Arte Moderna de Santos/SP.

                Em 1969, Em Paris, faz o primeiro contato pessoal com Edouard Jaguer, renovando os desenhos das exposições itinerantes do grupo PHASES. Recebe prêmio no Salão do Estado, em Fortaleza, Ceará.

                Em 1972, trabalha na fábrica de Tecidos CIP, em Camaragibe, como desenhista, padronista e colorista, permanecendo até 1975. Posteriormente, desempenha as mesmas funções na Fábrica Paulista (Aurora) e Fábrica Capibaribe, havendo mudanças no curso do seu trabalho, intensificando-se na pintura, com tendência expressionista.

                Em 1973, participa da inauguração da Galeria Nega Fulô, em Recife.

                Em 1976, Viaja pela Europa e Oriente. De volta ao Brasil, firma contrato de exclusividade com Renato Magalhães Gouvêa – Escritório de Arte (São Paulo) e participa da inauguração da Galeria Gatsby de Arte, em Recife.

                Em 1977, realiza individual na Gatsby Arte, em Recife/PE.

                Em 1978, participa de uma mostra coletiva na Gatsby em Recife, e em São Paulo, realiza sua primeira individual. Viaja ainda para o Rio de Janeiro, Porto Alegre, Buenos Ayres e Bariloche. No Paço das Artes, em São Paulo, expõe o quadro “O Grande Baile”.

                Em 1979, Maria Carmen realiza uma individual na Galeria Artespaço.

                Em 1981, participa de algumas coletivas em São Paulo e inicia o seu trabalho em litogravura na Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda.

                Em 1985, participa de várias exposições, entre as quais a individual de desenho na Galeria Vicente do Rego Monteiro do Instituto Joaquim Nabuco.

                Em 1986, Volta a morar em Olinda, realizando uma individual na Galeria Lautréamont.

                Em 1988, expõe individualmente no Gabinete de Arte Brasileira, em Recife.

                Em 1989, lhe é conferida uma sala especial no Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco.

                Em 1991, participa da exposição “Pernambucanos”, na Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães, no Recife. Viaja em seguida à Europa. Na volta, executa 25 pinturas para o Hotel Sheraton Petribú; viaja em seguida para os Estados Unidos. Em seguida, participa no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, da mostra “O que faz você, geração 60?” – Jovem Arte Contemporânea revisitada.

                Em 1992, participa da exposição “Fernando de Noronha – 3 Visões”, no MAC-PE. Realiza uma individual no Espaço Cultural Pallon.

                Em 1998, é agraciada com o Prêmio AESO com o diploma pela sua contribuição no processo de enriquecimento da cultura pernambucana, Olinda (PE).

                O crítico Roberto Pontual publicou: “No desenho, a agilidade e a minúcia tornaram-se desde logo marcas características, amparadas numa tendência irrefreável de conduzir ao fantástico, embora ela própria classifique seus desenhos como naturalistas, intermediários entre a natureza e a arte (‘Tudo o que faço é baseado na natureza. Um dos meus temas apaixonantes é o Agreste, seco e árido; ele não é só um convite para desenhar, é o próprio desenho’). De qualquer modo, o trabalho de Maria Carmen tem pouco a pouco intensificado a propensão para o surrealismo ou o realismo mágico, ao mesmo tempo em que seus desenhos chegam a aproximar-se, quando vistos pouco mais à distância, de uma abstração com formas fantásticas, viscerais, diluidoras e redimensionadoras da figura. A minúcia chegou a ponto, em certa fase, de construir verdadeiras cidades de mínima e múltipla miniaturização, ou cartas caligráficas de textos quase microscópicos, em alinhamentos que sugeriam puro desenho, e não símbolos verbais. O traço ágil e a fantasia, que são duas formas de uma mesma vontade interior de gesto, continuam presentes nos desenhos mais tranqüilos, menos orgânicos, em torno de temas populares do Nordeste e da Bahia”.

ACERVO: MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO 4 MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO 4 MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO 4 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE SÃO PAULO 4 EMBAIXADA DO BRASIL EM ROMA 4 INSTITUTO JOAQUIM NABUCO DE PESQUISAS SOCIAIS 4 GALERIA METROPOLITANA DE ARTE DO RECIFE 4 COLEÇÃO EDOUARD JAGUER, – PARIS 4 COLEÇÃO ABELARDO RODRIGUES – RECIFE 4 MUSEU DE ARTE MODERNA DE STRASBOURG 4 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO 4 ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS 4 HOTEL SHERATON PETRIBÚ DE PERNAMBUCO.

ILUSTRAÇÕES: 1968 – II VOLUME DA EDIÇÃO POPULAR DO LIVROCASA GRANDE E SENZALA“, DE GILBERTO FREYRE.

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