ISIDRO QUERALT PRAT
Assina: QUERALT PRAT 4 Tarrasa (Barcelona), ESPANHA, 09/03/1921. Falecimento 2011.
PINTOR, DESENHISTA E PROFESSOR.
Estudos de Arte na Escola Municipal de Artes e Ofícios da sua cidade natal. Diplomado pela Escola Superior de Belas Artes de Barcelona, cidade onde morava e onde frequentou durante muitos anos os ateliers de pintura e desenho do Real Círculo Artístico. Em 1963 foi contratado pela Universidade Federal de Pernambuco para lecionar na Escola de Belas Artes, onde ministrou as cadeiras de Pintura de Modelo Vivo e Composição de Pintura. Posteriormente lecionou Composição nos cursos de Desenho Industrial e Comunicação Visual e regeu o Atelier de Pintura III (pintura, modelo vivo e composição), ocupando ainda o cargo de diretor da Escola de Belas Artes e de chefe do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE. Fez viagens de estudo à França, Itália, Grécia, Bélgica, Holanda, Portugal e também em países da América Latina onde se incluem Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, absorvendo conhecimentos sobre a Arte Colonial e as culturas Pré-incaicas. Participou de inúmeras comissões em concursos para cargos de professores.
Como artista plástico realizou sua primeira exposição individual de pintura em Terrassa, sua cidade natal, seguida de várias outras nesta cidade e em Barcelona (Espanha).
No Brasil, expôs em Recife, Olinda, São Paulo e Rio de Janeiro, participando também de coletivas no Brasil e no exterior.
Os professores Regina Souza Lima e Oscar Uchôa são autores do livro “Queralt: 30 Anos de Ensino e Pintura“, lançado na Rodrigues Galeria de Artes no dia 05 de Abril de 1994, com a presença do artista.
Pietro Maria Bardi, diretor do MASP, escreveu: “Isidro – isto é facílimo constatar – é um surrealista moderado, mais de uma verve pontilhada de idéias e de imaginação. Nada de ocasional e de equívoco, mas uma ideia diretriz de um modo de ver, construir e afirmar. Artista de sólido preparo, e artista de clara personalidade. Consegue ao mesmo tempo agradar, alegrar as paredes e convencer pela simplicidade de sua arte: possibilidade hoje não fáceis à encontrar nas Galerias. Isto naturalmente, sem infirmar o labor dos pesquisadores do labirinto da nova bossa, do qual eu mesmo participo, porém as vezes encabulado por ver lá dentro tantos intrusos”.
Vicente Masip, diretor do Centro Cultural Brasil-Espanha, fez o seguinte comentário sobre a doação que Queralt fez de quinze (15) quadros à óleo (A Via Sacra), para a Matriz de Iputinga, em 28/11/1990: “Isidro Queralt Prat dispensa apresentações. Espanhol de nascimento, catalão de Terrassa, é muito conhecido no meio artístico pernambucano. Como professor da Escola de Belas Artes e do Centro de Artes da UFPE, orientou toda uma plêiade de pintores, e descobriu grandes valores, que souberam absorver seu talento para o desenho, a pintura e a composição. A Via-Sacra de Queralt de quinze estações, segundo prescrição do Concílio Vaticano II, que acrescentou a ressurreição às quatorze tradicionais – é fruto do seu espírito religioso e da sua atração por desafios. Desde o momento em que concebeu a ideia, foi obrigado a enfrentar e resolver uma série de problemas antropológicos, históricos e teológicos, além dos plásticos e pictóricos” (…).
Laerte Baldini, em 11/04/1972, escreveu: “O ‘mundo paranoico’ de Isidro Queralt Prat, tem sua origem na exploração do inconsciente, talvez, ou, quem sabe, no campo da endocrinologia. Mas o fato da sua concretização visual é sem dúvida obra da razão, clara, lúcida, pensada, tecnicamente sábia, realizada de acordo com normas aprendida ao longo de muitos anos. Qual o resultado do choque dessas duas componentes que parecem contraditórias? Reivindica uma arte que expressa o desejo do ‘estado em bruto’, do desassossego interior não refreado? A vontade lúcida, consciente de ir ‘além’ da realidade? Ou um romantismo incurável, debruçado sobre si mesmo em contemplação fatal, e que teimosamente espera contra toda a esperança”?
Celso Marconi publicou no Jornal do Commercio de 18/05/1971: “(…) Sua pintura possui um clima surrealista, embora ele afirme que para chegar até “essas liberdades”, passou por um longo caminho de estudos e pesquisas. Nas suas obras ele busca ironizar certos aspectos da vida, mais precisamente alguns sentimentos menos nobres”. (…)
Baltazar da Câmara escreveu em 26 de outubro de 1967: “Dificilmente encontraremos, hoje, no âmbito figurativo, uma pintura que, mais do que esta se apresenta com discrição sem redundâncias formais e ênfase ideológica; Queralt Prat com a coerência indicadora de uma atitude que não admite dúvidas, ignora as fáceis manipulações, as estruturações epidérmicas, as técnicas mais ou menos ocultas de persuasão, que vemos largamente empregadas com uma oscilação ambígua entre a aceitação e a denúncia”. (…)
Fernando Lience, crítico de arte espanhol, escreveu: “Sobre la doble temática por la que se mueve la jugosa pintura de Queralt Prat, hay um soplo de vida indiscutible. Su gran domínio del dibujo es otra de sua cualidades.”
Gostaria de saber em que ano o professor Isidro Queralt Prat (1921-?) faleceu. Muito obrigado.
Sim, faleceu. Em 2011