Dalva (MT)

Dalva (MT)

Dalva Maria de Barros.
Cuiabá MT 27 de Outubro 1935.
Pintora.

Fruto do casamento entre o goiano Nabor de Barros e a maranhense Maria José Costa Barros.

Inicia seus estudos em pintura através de um curso por correspondência mantido pelo Instituto Universal Brasileiro, na cidade de Diamantino, Mato Grosso, em 1959. No ano seguinte, freqüenta curso livre de pintura na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, em São Paulo e, entre 1968 e 1970, a Escola de Belas Artes – EBA/UFRJ, no Rio de Janeiro. De 1976 a 1980 supervisiona o Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso e, em 1982, o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT, ambos em Cuiabá.

Críticas
“No momento histórico da expansão das fronteiras da civilização, no grande vazio demográfico de Mato Grosso, existe o perigo eminente da perda de valores da cultura regional. Dalva é um dos raros elementos, devido a sua inalterável visão provinciana do mundo, que pode nos legar um retrato puro da nossa sociedade em trânsito. Simples em todas as manifestações de suas atitudes, Dalva assiste o progresso e pinta-o sem conflito para si e sua arte. É a pintora repórter de Cuiabá, das cenas de rua, vistas panorâmicas, momentos únicos, eventos vários, fatos corriqueiros. Paisagens, retratos e interiores. Registra esses momentos através de admirável realismo ingênuo. Realismo por não deixar transparecer doses de fantasia, enfática dramaticidade ou artifícios que possam deturpar a veracidade da cena. Mas fiel à verdade de seu olho ingênuo é incapaz de pintar aquilo que não viu ou não vê. Não revela exatidão formal, ou em outras palavras, não pinta ´perfeitinho´, e nem se perde em minúcias de detalhe, escapando de um resvalo acadêmico. Sua perspectiva é deformada. Acentuada, porém não escandalosa, essa deformação denuncia o sabor ingênuo da pintura. Mesmo quando procura disfarçar, a artista Dalva extravasa sua maravilhosa ingenuidade diante da vida e das coisas complicadas do mundo atual. (…)”
Aline Figueiredo
DALVA Maria de Barros. Apresentação de Aline Figueiredo. Cuiabá: Palácio da Instrução, 1977.

“Ao contrário de Espíndola e João Sebastião, sobretudo em suas fases atuais, Dalva de Barros é tímida, delicada e frágil. Com pinceladas miúdas, vai armando ricas texturas em seus quadros diminutos, nos quais mantém,´ inalterada, sua visão provinciana do mundo´, pintando ´os últimos flashes da província que se consome´, como observou Aline Figueiredo. Mas sem nenhuma revolta, sem fazer críticas, sem lances de ironia. Ao contrário, vê o mundo comovidamente, com olhos ingênuos e puros, sem hierarquizar valores, como se tudo e todos fossem bons, honestos, puros. (…) Poucos pintores, no Brasil, terão pintado com tanta emoção e delicadeza uma praia num domingo movimentado como o fez Dalva. Que tem a sensibilidade de um Guignard ou Rebolo. Seu post-impressionismo tem muitas afinidades com o de Volpi dos anos 30. Quem tiver pressa ou não guardar dentro de si a província que se esvaiu com a juventude, não irá gostar de Dalva. Mas quem, como ela, substituiu a revolta pelo amor, o intelectualismo pela simplicidade, a extroversão pela timidez, ficará tão encantado diante de seus pequenos quadros, como ela diante do mundo. (…)”
Frederico Morais
BRASIL/Cuiabá: pintura cabocla. Textos de Frederico Morais e Aracy Amaral. Rio de Janeiro: MAM, 1981.

Exposições Individuais
1966 – Cuiabá MT – Primeira individual
1975 – Aquidauana MT – Individual, no Museu de Aquidauana
1977 – Cuiabá MT – Individual, na Fundação Cultural de Mato Grosso

Exposições Coletivas
1966 – Campo Grande MS – 1ª Exposição dos Artistas Mato-Grossenses – medalha de bronze
1968 – Cuiabá MT – Mostra Grupo Jovem Mato-Grossense, promovida pela Associação Mato-Grossense de Artes – prêmio de viagem ao Rio de Janeiro
1968 – Rio de Janeiro RJ – Salão Nacional de Belas Artes
1974 – São Paulo SP – Bienal Nacional 74, na Fundação Bienal
1974 – Cuiabá MT – Mostra, no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT
1979 – Curitiba PR – 36º Salão Paranaense
1981 – Cuiabá MT – Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
1981 – Rio de Janeiro RJ – Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no MAM/RJ
1981 – São Paulo SP – Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no MAM/SP
1981 – Brasília DF – Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no Fundação Cultural do Distrito Federal
1988 – Rio de Janeiro RJ – Referências Pantaneiras na Pintura de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, no Solar Grandjean de Montigny
1988 – São Paulo SP – Referências Pantaneiras na Pintura de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Paço das Artes
1989 – Cuiabá MT – Mostra, no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT
1992 – São Paulo SP – A Cor do Mato, na Galerie Alliance Française
2000 – Cuiabá MT – Projeto Grandeolhar, no Terminal Rodoviário de Cuiabá

Fonte: Itaú Cultural

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