LENIRA REGUEIRA
Assina: LENIRA ou LENIRA REGUEIRA Serinhaém, PE, 26/08/1917.
PINTORA, DESENHISTA E PROFESSORA.
Nascida em Serinhaém, Lenira estudou no Recife na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, formando-se em Pintura e licenciatura em Desenho, tendo como professores Vicente Murillo Lagreca e Lula Cardoso Ayres. Fez cursos de aperfeiçoamento em Desenho e Pintura de Modelo Vivo, bem como composição de Pintura com o professor Isidro Queralt Prat.
Ainda na Escola de Belas Artes, fez os cursos de Cerâmica, Aperfeiçoamento em História das Artes e Extensivo de Folclore Musical. No Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, realizou os cursos Extensivos de História da Arte e Percepção Visual e de Barroco Religioso.
Após o seu período de aprendizado e aperfeiçoamento, em 1968, passou a fazer parte do corpo docente da Escola onde se formou, tendo sido admitida através de concurso público, ali permanecendo por quinze anos. Inicialmente foi professora de pintura na temática de naturezas-morta e posteriormente passou à dirigir um dos Ateliers Livre. Ocupou ainda o cargo de assistente da disciplina Composição, nos cursos de Desenho Industrial e Comunicação Visual, tendo ainda ministrado várias disciplinas do curso de Educação Artística. Foi também membro da Comissão de Diretoria do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, do Centro de Artes e Comunicação da UFPE.
Realizou viagens de estudo por diversos países da América Latina, além da Europa, notadamente França, Itália, Espanha e Portugal. Na Europa Lenira voltou várias vezes à Espanha, onde frequentou classes de Desenho e Pintura no Real Círculo Artístico de Barcelona.
Zenaide Barbosa publicou em 1974 no Diário de Pernambuco: “Os temas que ela vem abordando são simples, inocentes, quase infantis: o Urso do Carnaval, o Periquito da Sorte, o Mamulengo, o Circo, o Pastoril, são alguns dos seus últimos trabalhos, todos com um elemento em comum – Nordeste – que na sua concepção não aparece como a terra seca e hostil, de gente sofrida, bruta e faminta, tantas vezes mostrada ao mundo, mas, um Nordeste de doçura, de tradição, que leva o povo ingênuo às ruas, de crianças que são felizes com sua liberdade de andar de pés descalços, camisa aberta ao peito, correndo atrás das quase lendas que enfeitam de paz e povoam de sonhos a infância brasileira”.
Em 1981, Augusto Rodrigues escreveu: “Dotada de extrema sensibilidade para tudo que se refere às cenas brasileiras, Lenira transporta para suas telas um mundo maravilhoso de formas e cores, inseridas nas paisagens e no folclore do Nordeste, envolvendo festas de carnaval com bumbas-meu-boi, maracatus, assim como brincadeiras e folguedos infantis. Na sua pintura lírica e expressiva, exaltam-se os seus conhecimentos no melhor estilo neoclássico, repassado de um autêntico impressionismo, notadamente pessoal”.
Quim Pitarch escreveu em 1981: “Lenira possui a habilidade inata de integrar o espectador no seu quadro, de convertê-lo em um personagem a mais inserido na sua pintura.
Esta faculdade de comunicação vem enriquecida por sua dupla capacidade de harmonizar seu “conteúdo” com os elementos próprios da “forma”. Lenira termina sendo uma poetisa no conteúdo e arquiteta na forma. Sobre um espetáculo aparente de brilhante colorido sobressaem geometrias, não sempre visíveis, que sustentam as formas mais diversas. Observa-se em suas composições verticais um escalonamento descendente que vai articulando espaços mediante uma leitura habitualmente dirigida; ritmos inteligentes vão enlaçando espaços e cores promovendo um divertido diálogo. Dessa forma, vai desenvolvendo a pintura até alcançar uma agradável cena que finalmente nos apresenta e comove”.
Queralt Prat fez-lhe a seguinte crítica: “Se na interpretação dos temas há uma “realidade” autêntica profundamente sentida e manifestada pela autora, na solução pictórica vemos maduro sentido de composição: equilíbrio e movimento das massas, variedade e riqueza de formas, coragem nas harmonias cromáticas e equilíbrio nos valores luminosos, “barulho” das figuras, contrastando com o “silêncio” do ambiente”.
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1970: CASA HOLANDA, RECIFE (PE) 1981: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “GENÉSIO E LENIRA”, RECIFE (PE) 1983: ATELIER DA ARTISTA, RECIFE (PE) 1986: TEATRO WALDEMAR DE OLIVEIRA, “ARTE & CULTURA”, RECIFE (PE) 1991: GALERIA CÉZANNE, RECIFE (PE) 1994: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “A ARTE DE LENIRA”, RECIFE (PE) 1995: ESPAÇO CULTURAL IVÊNIO PIRES, TATUI (SP) 1996: CENTRO CULTURAL E HISTÓRICO DE ITAPETININGA (SP); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “FOLCLORE E PAISAGENS”, RECIFE (PE) 1998: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “LENIRA PERNAMBUCANÍSIMA”, RECIFE (PE).
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1972: MAC/PE, “PROFESSORES – ESCOLA DE ARTES DA UFPE”, OLINDA (PE) 1973: GALERIA BELA AURORA, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); MAC/PE, “COLETIVA NATALINA”, OLINDA (PE) 1974: MAC/PE, “PROFESSORES – ESCOLA DE ARTES DA UFPE”, OLINDA (PE) 1975: MOLDU ART VILA, “SETE ARTISTAS PINTAM O NORDESTE”, RECIFE (PE); MAC/PE, “LEILÃO DE ARTE”, OLINDA (PE); MUSEU DE ARTE DA UNIVERSIDADE DE ATLANTA, “EXHIBITION OF PERNAMBUCO ARTISTS”, ATLANTA, GEORGIA (USA) 1976: CASA DA CULTURA, “COLETIVA DE INAUGURAÇÃO-BALDINE/ LENIRA/ QUERALT”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “EXPO PANORÂMICA DE NATAL”, RECIFE (PE) 1977: HOTEL NACIONAL, “ARTISTAS DO NORDESTE”, RIO DE JANEIRO (RJ); RODRIGUES GALERIA DE ARTES/ HOTEL MIRAMAR, “I LEILÃO – ARTE BRASILEIRA NO NORDESTE”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES/ CLUBE NÁUTICO, “PINTORES BRASILEIROS”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES/ CABANGA IATE CLUBE, “II LEILÃO -“ARTE BRASILEIRA NO NORDESTE”, RECIFE (PE) 1978: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ARTE NORTE/NORDESTE”, RECIFE (PE) 1979: CAMPUS UNIVERSITÁRIO, “PROFESSORES DO CENTRO DE ARTES DA UFPE”, RECIFE (PE) 1980: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “NUS E NATUREZA VISTOS POR ARTISTAS BRASILEIROS”, RECIFE (PE); MAC/PE, “COLETIVA DE JUNHO”, OLINDA (PE) 1981: CAMPUS UNIVERSITÁRIO, “PROFESSORES DO CAC DA UFPE”, RECIFE (PE) 1982: SALA DE ARTE NOSSA IMOBILIÁRIA LTDA., “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DE BELAS ARTES, “LEILÃO DE ARTES”, RIO DE JANEIRO (RJ); GMAAM, “ARTISTAS DA IPUTINGA”, RECIFE (PE) 1984: PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, “LEILÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, RECIFE (PE); MUSEU DA CIDADE DO RECIFE, “IPUTINGA – BAIRRO DOS ARTISTAS”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “COLETIVA – PINTORES BRASILEIROS”, RECIFE (PE) 1985: CLUBE INTERNACIONAL DO RECIFE, “II LEILÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA CRUZADA DE AÇÃO SOCIAL”, RECIFE (PE); CHESF-COMPANHIA HIDRO-ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE) 1986: ATELIER MARCOS VILA, “MARCOS VILA, LENIRA E EZILDA GOIANA”, RECIFE (PE); CHESF-COMPANHIA HIDRO-ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE (PE); PALÁCIO DOS GOVERNADORES, “IPUTINGA – BAIRRO DOS ARTISTAS”, OLINDA (PE) 1987: ESPAÇO STUDIO ART, “MOSTRA COLETIVA”, RECIFE, (PE) 1992: AABB, “CONTEMPORANEIDADE PERNAMBUCANA” (GRUPO DOS 12), RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “HOMENAGEM AO RECIFE”, RECIFE (PE) 1993: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “RECIFE-DÉCADA DE 30”, RECIFE (PE) 1996: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ARTE E LITERATURA”, RECIFE (PE) 1997: RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “GRANDES MESTRES – ESCOLA DE BELAS ARTES”, RECIFE (PE); CASA DO CARNAVAL (P.C.R.), “TEMAS DE CARNAVAL”, RECIFE (PE); CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO, “IPUTINGA – BAIRRO DOS ARTISTAS”, RECIFE (PE); CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO, (Comenda Mérito Educacional Paulo Freire), “IPUTINGA – BAIRRO DOS ARTISTAS”, RECIFE (PE); LICEU DE ARTES E OFÍCIOS, “ART GALLERY – CORES DO BRASIL”, SÃO PAULO (SP) 1998: BRITISH COUNTRY CLUB, “EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL ÍTALO-BRASILEIRA”, RECIFE (PE) 1999: ESCRITÓRIO DE REVITALIZAÇÃO DO BAIRRO DO RECIFE, “FOLCLORE, TRADIÇÃO E ARTE”, RECIFE (PE); RODRIGUES GALERIA DE ARTES, “ANO 2000” e “SÉCULO XX”, RECIFE (PE)
BIBLIOGRAFIA
Barbosa, Zenaide – Diário de Pernambuco – 08/Nov/1981 – Secção B – Pag.2.
Barbosa, Zenaide – Diário de Pernambuco – 17/Nov/1985 – Secção B – Pag.4.
Barreto, Fernando – Diário de Pernambuco – 21/Nov/1981 – Secção B – Pag.1.
Louzada, Júlio. Artes Plásticas Brasil 90. Iter/Arte Basil, São Paulo, 1990 = v.4, p.938.
Reinaux, Marcílio – Iputinga Bairro dos Artistas – 1987 – Pag.54.
Rodrigues Galeria de Arte. Depto. De Pesquisa – Catálogos das Exposições Realizadas.