PAULO ROBERTO BARBOSA BRUSCKY
Assina: PAULO BRUSCKY Recife, PE, 21/03/1949.
DESENHISTA, PINTOR, GRAVADOR, INVENTOR E PESQUISADOR.
Iniciou trabalhos em desenho colaborando para o suplemento literário do Diário da Noite (1966), Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (1966-1967). Participou da Agenda Poética do Recife (Ilustração), Editora de Brasília (1968). Bruscky é incluído no Dicionário das Artes Plásticas do Brasil, de Roberto Pontual – Editor Civilização Brasileira (1969). Sócio-fundador da Associação de Artistas Plásticos de Pernambuco obteve primeiro e quarto prêmios de desenho no XXVII e XXVIII Salão do Museu do Estado de Pernambuco (1968-1969). Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas. Pesquisador da arte conceitual, espacial, ambiental e experimental elabora desenhos, pinturas, objetos, esculturas, gravuras, instalações e multimeios em mostras no Brasil e no exterior.
A partir de 1969, aprofundando suas pesquisas, aumenta suas realizações no campo da arte conceitual, espacial, ambiental, experimental, carimbos, happenings, copy art, propostas, livro de artistas, áudio-arte, participando de inúmeras exposições de multimeios. Bruscky desenvolve pioneiramente no Brasil (1970), pesquisas em copy-art (eletrografia) e artefax (1980), realizando com Roberto Sandoval um trabalho entre as cidades do Recife e São Paulo. Lançou com Daniel Santiago (1974), o movimento “Manifesto Nadaísta” e no ano seguinte, foi escolhido pelos críticos de arte brasileiros como um dos cem melhores artistas do Brasil da década de setenta, participando da exposição Arte Agora Brasil I, no Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. Participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior de arte contemporânea, recebendo várias premiações.
Os materiais mais usados em seu trabalho são: o tempo, o gelo, a fumaça, coisas sensoriais e a tecnologia.
Em viagens para os Estados Unidos e Europa (1981-1982), participou ativamente do movimento internacional de Arte Correio no Brasil e no exterior, tendo escrito vários artigos sobre Arte Correio, Copy Art e Multimeios que foram publicados em diversos países. Tem citações, verbetes, livro de artista e trabalhos publicados em vários livros, dicionários, revistas, etc. Obteve vários prêmios internacionais, entre os quais, o de Artes Visuais da Foundation Guggenheim, New York, USA (1981).
Roberto Benjamim escreveu: (…) “Paulo Bruscky é um profeta que proclama o triunfo da criatividade do homem num momento de perplexidade de nossa sociedade onde alguns se alienam na subserviência da máquina e outros se refugiam no passadismo da produção de novas obras pré-rafaelistas e barrocas nos albores do século XXI”.
J. Medeiros, (Recife, 20/04/1984), fez a seguinte crítica: “Algum dia em algum lugar, um poeta afirma q a vida é para ser posta num livro. bruscky afirma mallarmaicamente q um livro é uma géstidela, um signo-síntese, transcendência de si mesmo, corpo que dá forma a outro corpo, num des-sentido lógico e/ou analógico; o sentido da trans/figuração.
O livro (primeiro) é o momento primário do pensar sobre/em, o leitor defronta-se com-si-próprio: se-vê, no espelho fixado sobre o branco/capa/invólucro: PURA MONTAGEM PURA.
Dentro, interior mosaico de processos, desígnios, configurações e gestos do dia-a-dia, bricolage de exercícios banais, lixo gráfico e/ou ortográfico, de uma diarréia cultural, um enigma in-decifrado, uma outra pedra de rosetta atirada ao descaso da nossa retina (ré-calçada), segundo conjunto múltiplo & unívoco de folhas cosidas e encadernadas aleatoriamente selecionadas em um recinto habitado por hélices/misturadoras… BRUSCKY & SANTIAGO”. (…)
Marcos Cordeiro, escreveu sobre o seu trabalho: (…) “Ninguém melhor do que Paulo Bruscky, como também Montez Magno e Daniel Santiago, seus primos próximos em idéias, entre outros, para captar no lixo do progresso ou do desenvolvimento, objetos/coisas capazes de representar algo novo. Este algo, de uma amplitude infinita em significados é a capacidade de qualquer “obra de arte” ou objeto representar uma nova realidade não importando absolutamente ao objeto se a emoção provocada foi de simpatia, espanto, repúdio, horror ou riso, pois em algumas de suas “invenções” encontramos uma certa dosagem de humor que varia entre um humor quase infantil ao humor negro propriamente dito, ou ainda não provocando ou representando nada além do valor intrínseco do objeto”. (…)
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: 1970: EMPETUR-EMPRESA PERNAMBUCANA DE TURISMO, “COPY ART” (ELETOGRAFIA), RECIFE, (PE) 1974: MAC/PE, “OBJETOS”, OLINDA, (PE) 1976: PARACHUTE CENTER FOR CULTURAL AFFAIRE, “MULTIMEIOS”, VANCOUVER, (CANADÁ) 1978: CRPP-CENTRO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, “VÁRIAS FASES, ÉPOCAS E TÉCNICAS”, RECIFE, (PE) 1980: MEPE, “MULTIMEIOS”, RECIFE, (PE) 1981: BIBLIOTECA MUNICIPAL ARI CABRAL, “BRUSCKY EM BRUSQUE – ARTE POSTAL”, BRUSQUE, (SC) 1985: NEW SOUND GALLERY e RÁDIO CFRO/FM, “REPETITION POEM” (ÁUDIO ARTE), VANCOUVER, (CANADÁ); MODERNA -CENTRO DE ATIVIDADES CULTURAIS, “PAULO BRUSCKY E DANIEL SANTIAGO”, RECIFE, (PE) 1988: ST. PIETERS-TRAAT, “INSTALATION”, MILDENBURG, (HOLANDA) 1989: CENTRO LAVORO ARTE, “INSTALATION”, MILÃO, (ITÁLIA).
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS: 1967: MEPE, “XXVI SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, RECIFE, (PE) 1968: MEPE, “XXVII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, 4º PRÊMIO, RECIFE, (PE); “COLETIVA DE ARTISTAS PERNAMBUCANOS”, CARUARU, (PE); MAC/SP, “II EXPOSIÇÃO JOVEM DE ARTE CONTEMPORÂNEA”, SÃO PAULO, (SP); MUSEU DE ARTE DE PORTO ALEGRE, “II EXPOSIÇÃO JOVEM DE ARTE CONTEMPORÂNEA”, PORTO ALEGRE, (RS); MUSEU DE ARTE MODERNA DE FLORIANÓPOLIS, “II EXPOSIÇÃO JOVEM DE ARTE CONTEMPORÂNEA, FLORIANÓPOLIS, (SC) 1969: MEPE, “XXVIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, 1º PRÊMIO, RECIFE, (PE); GRANDE HOTEL, (SALÃO AZUL), “MOSTRA DA ASSOCIAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS DE PERNAMBUCO”, RECIFE, (PE); REITORIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, “II EXPOSIÇÃO JOVEM DE ARTE CONTEMPORÂNEA”, BELO HORIZONTE, (MG); BIBLIOTECA MUNICIPAL DO PARANÁ, “II EXPOSIÇÃO JOVEM DE ARTE CONTEMPORÂNEA”, CURITIBA, (PR); GALERIA E ATELIER DA RIBEIRA, “COLETIVA”, OLINDA, (PE); GALERIA SOBRADO 25 / GALERIA DE ARTE ATELIER ESCOLA, “11 ARTISTAS PERNAMBUCANOS”, OLINDA (PE) 1972: CASA DO ARTISTA/ P.M.I., “EXPOSIÇÃO COLETIVA”, IGARASSU (PE) 1973: CHANTECLER, “1ª. EXPOSIÇÃO D’ARTE”, RECIFE (PE); GALERIA NEGA FULÔ, “NADAISTA”, RECIFE (PE) 1975: MAM/RJ, “ARTE AGORA É BRASIL”, RIO DE JANEIRO, (RJ); MAC/PE, “I SALÃO DE NUS ARTÍSTICOS”, OLINDA (PE); MUSEU DE ARTE DA UNIVERSIDADE DE ATLANTA, “EXHIBITION OF PERNAMBUCO ARTISTS”, GEORGIA (USA) 1977: MAM/SP, “XIV BIENAL INTERNACIONAL”, (PROJETO ESPAÇO POÉTICO), SÃO PAULO, (SP); BIENAL DE SYDNEY, (AUSTRÁLIA) 1979: SCULPTURE CENTRE, BIENNALE ALTERNATIVES’79, “THIRD ARMPIT SHOW”, SYDNEY, (AUSTRÁLIA); UNICAP, “EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE CORREIO”, RECIFE, (PE) 1980: BIENNAL MAIL ART, LONDRES, (INGLATERRA) 1981: BIENAL INTERNACIONAL, MONTEVIDÉO, (URUGUAI); OFICINA 154, “GERAÇÃO 65 – PINTURA & POESIA”, OLINDA (PE) 1984: BIENAL, HAVANA, (CUBA) 1985: FUNDAÇÃO ALVARES PENTEADO, “ARTE – NOVOS MEIOS/MULTIMEIOS”, SÃO PAULO, (SP); MAM/SP, “XVIII BIENAL INTERNACIONAL”, SALA MAIL ART (Artista Convidado), SÃO PAULO, (SP); CCPE, “O MEU CÉREBRO DESENHA ASSIM”, RECIFE, (PE) 1986: KYOTO MUSEUM, “THE 7th INTERNATIONAL IMPACT ART FESTIVAL”, KYOTO, (JAPÃO); BIENAL DE VENEZA, “PROJETO ECART/SUIÇA”, VENEZA, (ITÁLIA); 11th INTERNATIONALE POSTER BIENNALE, WARSZAWA, (POLÔNIA); I BIENAL DE POESIA VISUAL Y EXPERIMENTAL, MÉXICO, (MÉXICO); GALERIA DE ARTE LULA CARDOSO AYRES, “1ª PANORÂMICA PERNAMBUCANA DA ESCULTURA E DO OBJETO”, RECIFE, (PE) 1987: BIENAL DE FOTOGRAFIA, MADRID, (ESPANHA); MUSEO ARTEIN, “BIENALLE INTERNACIONALE DEL LIVRO D’ARTISTA”, ROMA, (ITÁLIA) 1988: II BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA VISUAL Y EXPERIMENTAL, MÉXICO, (MÉXICO); GMAAM, “FERNANDO DE NORONHA VISTA PELOS ARTISTAS”, RECIFE, (PE); II BIENAL INTERNACIONAL DE ELETROGRAFIA & COPY ART, VALÊNCIA, (ESPANHA) 1989: RÁDIO NACIONAL, “I FESTIVAL INTERNACIONAL DE RÁDIO ARTE”, MADRID, (ESPANHA); MAM/SP, “XX BIENAL INTERNACIONAL, SALA DE ELETROGRAFIA (Artista Convidado), SÃO PAULO, (SP); BIENAL INTERNACIONAL DE ARTE, BRUSQUE, (SC) 1990: RÁDIO NACIONAL, “II FESTIVAL INTERNACIONAL DE RÁDIO ARTE”, MADRID, (ESPANHA); ESPAÇO PASÁRGADA, “I EXPOSIÇÃO NACIONAL DE DINHEIRO DE ARTISTA”, RECIFE, (PE); III BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA VISUAL & EXPERIMENTAL, MÉXICO, (MÉXICO); PRINCIPALITY OF LIECHTENSTEIN, “FIRST INTERNATIONAL FAXART BIENNIAL”, LIECHTENSTEIN, (ALEMANHA) 1991: BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB, “EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL DA POESIA VISUAL EXPERIMENTAL BRASILEIRA”, JOÃO PESSOA, (PB) 1992: MAC/PE, “FERNANDO DE NORONHA – 3 VISÕES”, OLINDA, (PE) 1993: MISPE- MUSEU DA IMAGEM E DO SOM, “SUPER 8 20 ANOS- SEMINÁRIO E MOSTRA RETROSPECTIVA”, RECIFE, (PE).
PRODUÇÃO GRÁFICA/LIVROS: Paulo Bruscky produz uma série de livros da série “LIVROBJETOBRABERTA”, variando de 2 a 400 páginas, editados e nos arquivos de instituições no Brasil e no exterior. Como resultado do seu trabalho, temos:
“S/TÍTULO” (Livro Experimental), c/Daniel Santiago, (1971); “OUTRA PEDRA DE ROSETTA”, “COMO LER” e “INFORMA”, co-autoria c/Daniel Santiago, (1974); “FERROGRAVURAS”, (1975); “O MEU CÉREBRO DESENHA ASSIM”, (1976); “A MORTE DA PONTA DO LÁPIS NO PAPEL”, (1977); “A GIOCONDA DEIXOU DE SER ARTE?”, “MARCEL DUCHAMP: 200 KM P/HORA”, “RUBBER BOOK/PAULO BRUSCKY”, “DEVER DE CASA”, “ESTENCILGRAVURAS”, “ESBOÇOS: RISCOS, TRISCOS E RABISCOS I”, “DA SÉRIE: POSTES” e “ATITUDE DO ARTISTA/ATITUDE DO MUSEU”, (1978); “UM OVO”, “EXERCÍCIOS I”, “POEMA DE REPETIÇÃO”, “UMA TARDE NO BAR DA ESQUINA”, “XEROPERFORMANCE”, “APONTAMENTOS” e “NATURILIS ERÓTICOS”, (1980); “ALTO RETRATO”, XEROPHAGIA/ANTHROPOPHAGO AFFECTAR/CARTAS PARA OSWALD DE ANDRADE”, “EXERCÍCIOS II”, “SOB MEDIDA”, “ARTE 2ª VIA”, “ESTUDO DE IMAGENS” e “DA SÉRIE: ANÔNIMOS”, (1981); “ESCADA DA FELICIDADE”, “LIVRO(S)”, “AMÉRICA LATINA”, “GRAFITE XERO/GRÁFICO”, “INTERIORES”, “VAN GOGH: OTHER BOOKS AND SO”, “AMSTERDAM ERÓTICA”, “GENOTEXTO”, em co-autoria c/Daniel Santiago, “PONS, GOULART/BRUSCKY”, “POSTCARDS”, “MOSTRUÁRIO POÉTICO I”, “LUBIS I/UM DIA DE CHUVA”, “LUBIS II/UM DIA DE CHUVA”, “PARTITURAS”, “IN”, “TESTE POÉTICO”, “COMPOSIÇÕES NO FIO – PARTITURAS MUTANTES” e “MONDRIVITCH”, (1982); “RECORDAÇÕES”, LIVRO/MOSTRUÁRIO POÉTICO II”, “LIVRO PROPOSTA”, em co-autoria c/Daniel Santiago, “RECORDAÇÃO”, “VER COM OLHOS LIVRES” e “DOSE POÉTICA”, (1983); “VISUAL”, “CIDADÃO BRASILEIRO /DOCUMENTOS”, “ORCIDENTE”, “ERROR/EX”, “SIPROGÓGNO”, “MÚSICA VISUAL”, “ENTE”, “NAPO”, “LIVRO DE PINTURAS”, “TRANSPARENCE III”, “GUIA DO ARTISTA PLÁSTICO”, “SONGIS”, “GRAFIXTO”, “PERSPECTIVA”, “BRUSCKY STAMPS”, “INTERSIGNE”, “NATUREZA ARQUIVO”, “CONFEITURA”, “CARIMBOS”, “MARCAS”, “POESIAS” e “OBRAS COMPLETAS”, (1984).
PRÊMIOS: Obteve vários prêmios internacionais, entre os quais o de Artes Visuais da Foundation Guggenhein/NY/USA/1981, viajando para USA/Europa durante o ano de 1982.
PARTICIPAÇÕES: Participa como artista convidado, juntamente com Wolf Vostel, David Hockney, Sônia L. Sheridan, Hirotaka, Maruyama, Jugen O. Olbrich, Bruno Munari, Jesus Pastor, Antoni Muntadas, Eugênio Cano e Rafael Calduch, da Exposição de Fax Arte “Juan Gris, una mirada tecnológica”, no Centro Cultural de Madrid, organizada pela Fundación de Arte y Tecnologia de Madrid/Espanha, 1992.
BIBLIOGRAFIA
Catálogo. “De tudo um Pouco”. DEC-Departamento Estadual de Cultura, Recife, 1985.
Convite. “LIVROBJETOBRABERTA”. Livraria Livro 7, 22/jun/1984.
Góes, Kéthuly. “A Arte de Bruscky…”. Diário de Pernambuco, 21/jun/1993, Caderno Viver, P.D1.