Ruy Meira (PA)

Ruy Meira (PA)

Ruy Augusto de Bastos Meira.
Assina: Ruy Meira – R. Meira Belém, PA, 30/11/1921 – 29/07/1995
Pintor, desenhista, escultor e professor.

Nasceu em Belém, em 1921, e trabalhou com pintura, desenho, escultura, cerâmica e objeto. No Rio de Janeiro, estagiou no ateliê de Manoel Santiago e teve aulas de gravura com Edith Behring e de água-forte com Dora Basílio.

A partir de 1945, teve orientação de Arthur Frazão, João Pinto, Ângelo Nascimento, Chlao Deveza, Armando Balloni e Kaminagai.

Em 1956, Ruy Meira fez a sua primeira individual em Belém, na Biblioteca e Arquivo Público do Estado. A partir de 1970, começou a expor também no Rio de Janeiro. Participou da Bienal lnternacional de São Paulo em 1967, da I Bienal de Artes Visuais em Belém, em 1972, do Salão Nacional de Artes no Rio de Janeiro, onde foi prêmio aquisição, e Salão Paranaense.

Entre 1981 e 1985, fez várias exposições no Japão, passando por Tóquio, Kyoto e Atami. Em 1986, recebeu o prêmio Brasil Contemporâneo de Artes Plásticas. Sua última individual aconteceu em 1989, no Museu da Universidade Federal do Pará, em Belém. Faleceu em 29 de julho de 1995.

Ruy fazia questão de decifrar os códigos específicos da pintura. Descrevendo seu primeiro quadro abstrato, disse: “… A casa deixou de ser casa e passou a ser um retângulo amarelo, vermelho, verde, azul…”.
Em 1967, participou da IX Bienal Internacional de São Paulo justamente com trabalhos em óleo e spray que compunham o conjunto de obras de natureza ocasional, os quais, ironias do destino à parte, repudiou devido a uma ordenação interior e particular.

Em nenhum momento pode-se dizer que Ruy foi própria, sumária ou intencionalmente moderno ou modernista. Possíveis rótulos e partidarismos sempre estiveram fora de suas “verdades” e crenças quanto ao processo criativo. Ruy Meira carregou uma preocupação constante, a de não dar significado a sua arte e sim a de fazê-la significar por si, fora da efemeridade dos resultados de natureza ocasional.

É provável que esta postura o tenha permitido exercitar uma liberdade estilística, dentro de uma evolução homogênea de enigmas consistentes. Mesmo algumas vezes negando, porém sempre redescobrindo e reconhecendo raízes e origens, incomodado até por uma certa incoerência advinda da erudição pessoal que não permitia atalhos “ingênuos”, ele construiu sua trajetória e, neste contexto sim, como um “moderno modernista” em ruptura e tenacidade, como um contemporâneo em originalidade e no ecletismo de sua poética em forma, cor e palavra.

Sua cerâmica, a verdadeira “pérola” de sua produção e de uma latinidade apaixonante, trouxe em seu âmago a mais perfeita adequabilidade à contemplação estética, a qual embora misto de influências autóctones guardou uma pureza de forma autêntica na transfiguração da herança cultural de civilizações remotas.

BIBLIOGRAFIA
RODRIGUES GALERIA DE ARTES. Arquivo de Pesquisa.

Language »
× Fale conosco pelo WhatsApp?