Montez Magno

Pintor, escultor, desenhista, poeta e artista multimídia.Timbaúba, PE, 1934. 

Seus primeiros quadros abstratos datam de 1956, freqüentando no ano seguinte o atelier de Aloísio Magalhães, onde funcionava o Gráfico Amador. Em 1959 expõe pela primeira vez na V Bienal de São Paulo e no sul do país participa de outras exposições, inclusive no Rio de Janeiro. Em 1963, trabalha na Fundação Álvares Penteado (SP), onde estuda litografia com o desenhista e gravador Darel Valença. Ganha uma Bolsa de Estudos do Instituto de Cultura Hispânica de Madrid e passa a residir na Cidade Universitária. Produz neste período dezenas de pinturas a óleo e guaches sobre cartão. Saindo da Espanha, realiza uma viagem de estudos por várias cidades da Itália, França e Grécia e em 1965, retorna ao Brasil. Em 1966 é selecionado para a mostra Seventeen Latin American Painters para a VIII São Paulo Bienal, promovida pela Inter-American Foundation for the Arts. Obtém o prêmio de Aquisição do Itamarati, na IX Bienal de São Paulo. Sua obra Oelena encontra-se no acervo do MAC em São Paulo. Em 1970 integra o corpo docente no setor de Arte da Universidade Federal da Paraíba. Em 1974 obtém o 1º Prêmio no Salão de Arte Global no MAC-PE, viajando no ano seguinte à Europa e é entrevistado pela Rádio e Televisão da Suécia. Publica no Jornal do Brasil dois ensaios; Mitos e Preconceitos e O Poder e a Arte. Em 1983 é convidado para participar da Feira Internacional de Bilbao. À convite participa como júri de diversos Salões de Artes Plásticas. Representa o Brasil junto com mais quatro artistas na VII Bienal Internacional de Valparaiso, no Chile. Em 1989, através de convite oficial participa da 3ª Bienal de Havana com os trabalhos Sertão e Caribe. Em 1994 participa de uma série de exposições de grande importância e neste mesmo ano viaja para a Europa, mantendo relações com artistas e visitando exposições e museus em várias cidades de Portugal, Espanha, Itália e França. À convite do professor Walter Zanini participa com livros de artista da mostra Arte Brasileira, em São Paulo. Em 1996 participa da V Bienal de Poesia Visual, no México e toma parte na mostra 15 Artistas Brasileiros, no MAM de São Paulo. No ano seguinte toma parte na Mostra Internacional de Poesia Visual, na Austrália. Em 1998 expõe desenhos na Fundação Júlio Resende, em Portugal.

ASCAL – Ressureição de Frei Caneca

ASCAL (CE): Pastel s/Cartão – 060x040cm – cid – c/moldura

ÁTILA DA SILVA CALVET

Assina: ASCAL 4 Fortaleza, CE, 20/06/1943.

PINTOR, GRAVADOR E ESCULTOR.

Apesar de cearense de Fortaleza, suas incursões pelo Recife são tão constantes que se integrou na nossa cidade. Grande parte de sua produção faz parte dos acervos de pernambucanos, sem contar com obras que estão em várias partes do mundo, como; França, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Portugal e Espanha. Sua pintura denota uma fatura pessoal, caracterizada através da textura e do cromatismo bem peculiar. Sua escultura se apresenta geralmente em formas geometrizadas, através de metais, pedras, madeiras e resinas, representadas por configurações absolutamente criativas e inusitadas. Trabalhos desse porte fazem parte de diversos logradouros de sua cidade natal.

Paulo Henrique Saraiva Leão escreveu: (…) “O cometimento artístico será compreensível, agradável ou não, por não depender da obra de arte em si, mas dos conceitos e preconceitos do observador. Em arte é belo todo produto que atua emocionalmente no espectador, e muitas vezes irrelevante a representação objetiva, mas fundamental a significação formal. O grande bardo inglês do Romantismo oitocentista, John Keats (1795-1821) (‘a beleza é a verdade, a verdade é a beleza’) também disse: uma coisa bela é uma alegria para sempre. A beleza é realmente inefável.”

“Assim, bela é a pintura pluridimensional de Ascal, o artista resistente às kodakianas tentações do fácil. Para ele a tela é um crisol, uma retorta, e o produto final emana de um cadinho de deslumbramentos gerados pela interação plástica dos seus materiais. Aqui arte é criação, e do interlúdio entre a imagem e a realidade envolve o objeto correlato, prêt-a-porter, para ser consumido com os olhos e transubstanciado em emoção, resultando sua contemplação em experiência sensorial. `L’art pour l’art´, e não arte útil, arte boa, fútil ou má, arte inútil. A arte não tem função utilitária! Arte é ou não é. Ponto.”

“Sua arte, do início impressionista ao expressionismo atual resulta do sopro inovador que lhe imprime. A pintura aqui é consensual, e mesmo a tela é prelibada, como o agricultor amanhã ara sua terra para semear. Inexistem concessões aos cânones, aos estereótipos. Arte, ascaliana, é liberdade, inconformação, é descoberta. Não o descobrimento serendipitoso, fortuito, não o sinal feliz para a nau sem rumo, mas o achado perseguido, conspícuo, responsável, numa espontaneidade vigiada, concisa, despreocupada de escolas, mas com espírito universal.”

“Observa-se em Ascal a extraordinarização do ordinário, a caleidoscópica eternização do dia-a-dia. Não satisfeito apenas com o desenhar e pintar formas, Ascal passou a desvendá-las com as mãos, amalgamá-las com transpiração, materializando suas imagens pictóricas. Sua escultura é uma pintura sem caixilho, alada. É o gesto em liberdade. E a busca do cinzel é a mesma do pincel: a fixação da emoção, do instante real, ou da realidade onírica, gaivotas capturadas antes do vôo. Mas, antes que se ponha o sol, voltemos aos / nos seus barcos, naus que não ancoram nas suas dunas, pois sempre em demanda do infinito, mesmo quando em repouso postas. Se, como quer Dorival Caymmi, ´é doce morrer no mar`, dulcíssimo será morrer nos barcos… de Ascal.”

Fonte: Pesquisa Rodrigues Galeria de artes.

 

Samico

Gravador, pintor e professor. Nasceu em Recife, PE – 1928. 

Em 1948 integra-se na Sociedade de Arte Moderna do Recife, fundando, junto com outros artistas, o Atelier Coletivo.

Em 1957, estudou xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tendo Lívio Abramo como orientador. No ano seguinte transfere-se para o Rio de Janeiro, aprimorando-se com Oswaldo Goeldi. Em 1965, regressa a Pernambuco e ensina xilogravura no Setor de Artes Plásticas da Universidade Federal da Paraíba.

Entre 1981 e 1983, foi membro da Comissão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro.

Em 2000, recebe o Diploma Cultural Lula Cardoso Ayres do Conselho Estadual de Cultura do Governo no Estado de Pernambuco.Detentor de inúmeras significativas premiações, sua obra continua recebendo elogio tanto dos críticos como do público em prestigiosas exposições em vários Estados, sendo considerado pela crítica de São Paulo como o maior gravador brasileiro.O crítico Roberto Pontual escreveu: (…) “Extremamente cuidadoso na elaboração de cada matriz – de modo a obter dela os efeitos precisos de um refinamento formal que intensifica ao mesmo tempo a simplicidade do desenho e a fantasia primeva da gravura popular, redimensionando-lhe a rudeza e o sonho – Samico manteve sempre, na sua produção relativamente escassa, a intenção de nos conduzir do contemporâneo ao arcaico, e deste nos fazer voltar ao arcaísmo de hoje”.

SAMICO – O Encontro

 


Arte & Poesia – Rodrigues galeria de artes 2010.

Encontros de arte e literatura na galeria.

Autor Poesia: Cesar Leal – Artista : Gilvan Samico 


Será meu irmão?

Ó pássaro! Milagre!

Que força te orienta,

no céu, na tempestade,

quem tuas asas sustenta ?

 

Quem te ensinou tal arte ?

Ciência que me supera,

que me vence no mar,

nos ares e na terra ?

Às vezes em meu bairro

a passear me perco

– para voltar à casa

então de alguém me acerco

e peço que me diga

que rumo hei de tomar

para chegar à rua

que estou a procurar.

mas tu, ave estrangeira,

quem guia tão seguro

teu vôo ao Canadá

erguido em Pernambuco ?

Do Livro: O Arranha-Céu Outros poemas – Pág. 61/62

 

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